Mato Grosso, 29 de Março de 2024
Política

Por que alguém vota em alguém?

21.05.2018
FONTE: Ricarte de Freitas

IMPRIMA ESSA NOTÍCIA ENVIE PARA UM AMIGO

  • Ricarte de Freitas

“Pode–se enganar a todos por algum tempo; pode–se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos durante todo o tempo”.

 

Abraham Lincoln

 

A carreira política  não é uma carreira qualquer. Ela, como as outras, exige, além de vocação, muita dedicação, embora para nela ingressar os requisitos sejam muito mais simples. Não é necessário nenhum concurso de provas e títulos. Basta não ser analfabeto e estar em dia com as obrigações de cidadão. Isso, entretanto, não significa, em momento algum, que o sucesso possa ser alcançado sem um profundo conhecimento da alma humana.

 

Saber interpretar o sentimento das pessoas, saber tratar desigualmente os desiguais, e, por fim, transformar em atitudes concretas aquilo que foi compromisso de campanha. É preciso que o cidadão que acreditou em alguém sinta-se representado.

 

Imagine, caro leitor, quanto tempo leva para alguém decidir o seu voto. É um longo caminho. O momento do voto é único! Ali, na solidão da cabine eleitoral, todos, independente de cultura, posição social, credo e cor, se igualam. Têm o mesmo valor. Ninguém é mais ou melhor do que ninguém!

 

Ao cravar o número do seu candidato na urna eletrônica, deposita-se, ali, todas as esperanças e sonhos acalentados por longo tempo, na espera que a escolha não tenha sido em vão.

 

Temos, hoje, candidatos de todos os matizes. Muitos deles já nos mostraram que não são merecedores da confiança depositada. Alguns, até, deixam suas profissões acreditando que por terem exercido suas carreiras com sucesso, na política encontrarão o caminho da glória. Ledo engano. Cobrar decência e moralidade de terceiros deixa de ter valor quando o apregoado não serve para si. Esquecem-se de que quando apontam um dedo para alguns, outros três apontam para si. Daí tanta decepção e tanto desalento. Os valores que pregam para os outros não cabe no modelo de seu uso próprio.

 

Outra característica que lhes falta, e fundamental para o sucesso, é a humildade. A arrogância que toma conta de muitas figuras públicas é sorrateiramente guardada durante o período eleitoral. Quando descoberta, após a posse e já no exercício do poder, causa grande arrependimento naqueles que deles fizeram a sua escolha.

 

Estas eleições de 2018 são uma grande incógnita. O sentimento geral é o pior possível e, até agora, não apareceu ninguém em quem possamos apostar todas as nossa fichas. A corrupção que tomou conta do país e de Mato Grosso mostra um eleitor desanimado, sem fé. As promessas feitas durante as campanhas anteriores em quase nada se concretizaram e, pior, os detentores de mandato agem e apregoam aos quatro ventos que tudo está na mais perfeita ordem, devendo o voto um dia dado a eles ser renovado. Insistem em culpar o seu fracasso nos erros das administrações anteriores. Repetem os mesmos erros como se, ao assumir, desconhecessem o estado falimentar em que se encontrava a máquina que doravante deveriam administrar e dar-lhe um novo rumo.

 

Renovação de mandato eletivo é algo muito sério, daí ser obrigatória a cada quatro ou oito anos dependendo do mandato. Alguns conseguem reeleger-se repetidas vezes, enquanto mantém a relação de confiança com o eleitor. Diferente de qualquer outra atividade, onde o ingresso assegura manter-se nela sem jamais preocupar-se em passar  por um teste de capacitação para continuar a exercê-la, a política obriga o detentor de cargo público eletivo a submeter-se à aprovação ou não do eleitor. Ou seja: quem não cumpriu o compromisso firmado deveria ser banido, ficar fora da vida pública. Pena que o eleitor ainda não conseguiu entender a força do seu voto.

 

Os enganadores estão de volta para mais uma eleição. Tentam adicionar novos temperos para tornar mais palatável a receita que um dia fizeram-nos provar e que não deu certo. Imaginam que com novas especiarias tornarão a lambança apresentada com um novo sabor, esquecendo-se, aparentemente, que mais uma vez poderão ludibriar aqueles que um dia neles acreditaram.

IMPRIMA ESSA NOTÍCIA ENVIE PARA UM AMIGO

ARTIGOS RELACIONADOS

ENVIE SEU COMENTÁRIO