Mato Grosso, 26 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

1.125 funcionários da obra da usina de Angra 3 são demitidos, diz sindicato

08.10.2015
15:21
FONTE: G1

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  • Foto de divulgação mostra a usina Angra 3 durante as obras em 2012
O Sindicato dos Trabalhadores das Indústricas da Construção Civil de Angra dos Reis e Paraty (Sticpar) informou que 1.125 trabalhadores envolvidos na construção civil da usina nuclear de Angra 3, na Costa Verde do Rio de Janeiro, foram demitidos. Segundo o Sticpar, o órgão foi notificado na quarta-feira (7) sobre os desligamentos e o motivo seria falta de verba para continuação dos serviços.

As usinas de Angra dos Reis são operadas pela Eletrobras Eletronuclear, e a construção civil de Angra 3 é de responsabilidade da construtora Andrade Gutierrez. Os desligamentos começam menos de 10 dias depois da Eletronuclear anunciar, em 28 de setembro, a suspensão temporária dos contratos relativos à construção da nova usina, inclusive o da Andrade Gutierrez.

O Sticpar disse que a construtora enviou um documento que dizia que 1.125 demissões precisam ser homologadas. Necessitam de homologação os desligamentos de funcionários com pelo menos um ano no cargo.

"Ela [Andrade Gutierrez] tinha em torno de 2.000 trabalhadores. Todos os 2.000, com exceção de uns 5%, que eles [da Eletronuclear] falam que vão ficar, vão ser demitidos", disse o vice-presidente do Sticpar, Carlos Silva. "Até agora foram 71 homologações, mas um número bem maior foi mandado embora".

De acordo com Carlos, o sindicato tentou acordos, como férias coletivas e a garantia, no caso de demissão, de que os dispensados fossem os primeiros a serem contratados quando a obra fosse retomada, mas não teve sucesso e que não "está vendo uma luz no fim do túnel quanto a isso".

O vice-presidente acredita que a paralisação da obras e consequente atraso pode resultar em um novo adiamento da entrega de Angra 3. Ela estava prevista inicialmente para este ano de 2015 e depois foi adiada para 2018.

"A informação que a gente teve é que pediram lá mais dois anos, ou seja, vai para 2020. A gente acredita que esse é o prazo que a obra deve ficar paralisada", comentou Carlos Silva. Ele lembra que não apenas funcionários da Andrade Gutierrez, mas também de empreiteiras, serão dispensados.

O G1 entrou em contato com a construtora Andrade Gutierrez, que disse através da assessoria de imprensa que "a empresa não vai comentar" o assunto. O G1 também entrou em contato com a Eletronuclear e a Eletrobras, que não se pronunciaram até o início da tarde desta quinta-feira (8).

Suspensão de contratos de Angra 3

O prazo inicial de suspensão é de 90 dias, podendo ser prorrogado para até 120. A justificativa apontada é "de situação excepcional".

"A Eletronuclear decidiu pela suspensão, pelo prazo de 90 (noventa) dias, podendo ser prorrogada para até 120 (cento e vinte) dias, do contrato firmado com a Construtora Andrade Gutierrez, para a execução das obras civis de Angra 3, contados a partir da notificação formal a ser feita à referida contratada e suspensão temporária dos contratos relativos à construção da Usina Angra 3, pelo prazo de 90 (noventa) dias, podendo ser prorrogada para até 120 (cento e vinte) dias", diz o comunicado divulgado em setembro.

"A suspensão dos contratos em referência, por decisão da Eletronuclear, não implica em qualquer deliberação ou anuência futura a respeito dos supramencionados contratos. É, tão somente, medida temporária que se justifica diante de situação excepcional".

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