Mato Grosso, 19 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

38,9% dos adultos estão em cadastro de devedores, estimam lojistas

09.10.2015
11:18
FONTE: G1

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O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) estimaram que 57 milhões de consumidores estavam inadimplentes no mês de setembro, com seus nomes incritos em cadastros de devedores, o equivalente a 38,9% da população adulta do país (com idade entre 18 e 94 anos).

Em agosto, 57,3 milhões de pessoas estavam negativadas. Essa queda, segundo Marcela Kawauti, economista do SPC Brasil, se deve ao pagamento da primeira parcela do décimo terceiro dos aposentados e pensionistas e, também, ao início dos feirões para limpar as dívidas em atraso. Ela avaliou que, até o fim do ano, a perspectiva é de manutenção deste patamar.

"Entre janeiro de 2015 e setembro do mesmo ano, houve um aumento líquido de aproximadamente 2,4 milhões de CPFs negativados", informaram as entidades. Segundo a CNDL e o SPC Brasil, essa estimativa inclui não somente as dívidas com comércio, mas também atrasos em empréstimos bancários e contas de serviços.

Somente em semtebro, as entidades informaram que o número de consumidores inadimplentes subiu 5,45%, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Esse resultado representa uma aceleração na comparação com agosto, quando a variação anual havia sido de 4,86%.

Para os economistas do SPC Brasil, os dados da inadimplência estão influenciados pela perda de dinamismo da economia brasileira e pela deterioração das condições do mercado de trabalho. "Fatores econômicos como a inflação elevada, o alto custo das taxas de juros e o aumento do desemprego têm afetado a capacidade de pagamento dos consumidores", avaliou o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.

Dívidas com contas de água e luz lideram crescimento

Segundo os dados da CNDL e do SPC Brasil, as pendências com serviços básicos, com água e luz, apresentaram altas expressivas (12,55%) de setembro do ano passado para o mesmo mês deste ano. Em seguida, aparecem as dívidas bancárias, que englobam cartão de crédito, empréstimos, financiamentos de seguros, com alta de 10,32%.

Já as dívidas com o setor de telecomunicações, que consideram atrasos de pagamentos com telefones fixos, celulares e TVs por assinatura, cresceram 4,17%, ao mesmo tempo em que os atrasos no comércio foram mais modestos, com uma alta de 0,85%.

Quanto à participação no total das dívidas, as pendências bancárias ainda concentram quase a metade do total das dívidas existentes no Brasil: 48,17%. Em segundo lugar, aparecem as dívidas com o comércio (20%), seguidas pelos serviços de comunicação (14,82%) e contas de água e luz (7,27%).

Vendas no varejo caem

As consultas para vendas a prazo no banco de dados do SPC Brasil, que refletem o nível de atividade no varejo, registraram retração de 6,87% em setembro deste ano, frente ao mesmo mês de 2014, o que representa uma queda pelo oitavo mês consecutivo. Na avaliação de economistas do SPC Brasil, o brasileiro está mais "reticente" quando o assunto é consumo.

"Estamos observando uma tendência de maior rigor no processo de concessão de crédito por parte do varejista e uma maior cautela das famílias na hora de se endividar com compras a prazo", avaliou Honório Pinheiro, presidente da CNDL. Segundo análise das entidades, o principal fator para a retração de vendas é a falta de confiança dos consumidores, que têm evitado tomar crédito para não comprometer ainda mais o orçamento familiar.

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