Mato Grosso, 26 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Agricultores familiares de Poconé-MT aderem a produção orgânica de alimentos

26.05.2015
09:34
FONTE: Assessoria

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Com um número crescente de pesquisas comprovando os malefícios dos agrotóxicos para a saúde humana e o ambiente, muito tem se falado sobre a necessidade de se fazer a chamada transição agroecológica, que é a passagem da agricultura convencional de uso de fertilizantes químicos e pesticidas para um modelo orgânico e natural de produção.

Para os defensores do “novo” modelo de produção de alimentos a agroecologia não significa um retrocesso ao passado, mas uma alternativa viável de desenvolvimento sustentável. Um modelo no qual os insumos químicos são substituídos por recursos como o uso de compostos orgânicos e biofertilizantes, caldas bordalesa e sulfocálcica contra insetos e doenças, consorciamento de culturas, adubação verde e uma série de práticas e produtos de baixo impacto ambiental utilizados com a finalidade de suprir as necessidades nutricionais das plantas de maneira equilibrada, melhorando de forma natural as condições físicas, químicas e biológicas do solo. 

Em Mato Grosso um projeto de transição agroecológica vem se destacando no Assentamento Agroana Girau, localizado no município de Poconé. O local abriga a Cooperativa dos Pequenos Agricultores do assentamento Agroana Giral (Cooperangi) que possui 80 associados, 12 deles já trabalham exclusivamente com a produção de alimentos orgânicos. Na área plantada e nos quintais  é possível colher  semanalmente cerca de 50 caixas de jiló, quiabo, maxixe, berinjela, abobrinha verde, banana, mamão, mexirica entre outra variedades que são comercializadas diretamente aos consumidores na Ecofeira realizada toda sexta-feira na UFMT.

O trabalho de transição agroecológica realizado no assentamento Agroana Girau  foi desenvolvido pela Faculdade de Economia da UFMT  através do prêmio Santander Unisol 2013 – Universidade Solidária. O prêmio possibilitou o financiamento de uma parte considerável do projeto, como a compra de insumos e equipamentos. Na contrapartida da UFMT os departamentos entraram com a mão de obra de técnicos, professores e bolsista, análise de água e solo, diagnósticos e a realização de oficinas de educação econômica, entre outras atividades coordenadas pelo professor Alexandro Ribeiro. 

O trabalho de assistência agronômica tem como responsável  o agrônomo Egon Nord, especialista e mestre em agricultura biodinâmica, agroecologia e agricultura familiar e camponesa. Durante uma série de oficinas ministradas por Egon, no ano passado, os assentados trocaram saberes e aprenderam técnicas fundamentais de agricultura orgânica, voltadas para o manejo do solo e o combate biológico de insetos e pragas. 

De acordo com Antônio Luperine, presidente da Cooperangi, além dos 12 agricultores que aderiram à transição agroecológica, muitos estão levando as técnicas de produção orgânica para suas propriedades por serem mais baratas e tão eficientes quanto o uso dos venenos vendidos nas lojas.  Segundo o agricultor a produção orgânica plantada no assentamento vem alcançando boa aceitação e valorização no mercado, tendo em vista que, “além agregar mais valor aos produtos, agrega consciência para quem produz e para quem compra verduras, frutas e legumes mais saudáveis sem agredir o meio ambiente. Hoje as pessoas estão preocupadas com a saúde e em comer alimentos livres de venenos, a gente vê isso na Ecofeira da UFMT, onde comercializamos a maior parte da nossa produção”, finalizou Luperine.

Em visita ao assentamento Agroana Girau, Erlon Bispo, presidente da Cooperativa Conexão Verde Vitória – iniciativa de produção orgânica patrocinada pela Petrobras -  pôde constatar que o processo de transição agroecológica começa a ser realidade também no meio rural, num estado dominado pela agricultura dos agrotóxicos. Para Erlon a iniciativa realizada pela Cooperangi, em parceria com a UFMT, deveria receber mais apoio e financiamento visando sua replicação em outros municípios de Mato Grosso, “uma vez que gera renda para agricultores familiares, pratica um modelo agricultura sustentável e oferece para sociedade alimentos com mais saúde e valor nutricional”.

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