Estima-se que em torno de 10% da produção brasileira de soja se perde a cada safra devido a danos causados por nematoides. Plantas com folhas amareladas e menos desenvolvidas que as das áreas em volta, são um dos principais alertas do ataque desse fitopatógeno.
O engenheiro agrônomo Gabriel Luiz Bortolini explica que a rotação de culturas não hospedeiras ou com baixo fator de reprodução é um dos métodos mais indicados para combater o problema.
“Quando se descobre um foco de nematoide geralmente entramos com um controle pontual naquele momento e as ações mais complexas e provavelmente mais eficazes serão implantadas com foco na próxima safra, seja com rotação de cultura ou outras técnicas e cuidados”, afirma Bortolini.
Os nematoides atacam as raízes das plantas, se alimentando de seus nutrientes e dependendo da espécie do parasita na área é possível visualizar os sintomas de seu ataque no sistema radicular da cultura como a formação de galhas, escurecimento e redução das raízes secundárias.
“Esse tipo de fitopatógeno compromete principalmente a produtividade da lavoura, diminuindo e comprometendo a absorção de água e nutrientes pela planta e isso se reflete negativamente no crescimento, floração e granação da cultura, o que consequentemente gera menor produtividade”, acrescenta o engenheiro agrônomo.
Entre os sintomas mais comuns estão o amarelecimento foliar em reboleiras, plantas com porte reduzido e com sintomas de deficiência nutricional e a deformação, escurecimento e redução do sistema radicular.
“Pensando em um controle químico ou biológico o indicado é que a aplicação do produto seja realizada em pontos específicos. Geralmente nos talhões onde a população dos nematoides esteja mais alta”, informa Bortolini.
O engenheiro agrônomo ressalta que a análise dos nematoides presentes na lavoura é fundamental para entender melhor o problema, qual o fitopatógeno presente na área e a quantidade para que sejam adotadas as melhores estratégias de manejo.
“Utilizamos o laboratório da Fundação Rio Verde sempre que identificamos uma área com problema. A resposta é rápida, em no máximo 10 dias temos as informações da quantidade e de quais nematoides estão presentes na área e assim podemos definir quais serão as alternativas de controle, eliminação e prevenção”, frisa o profissional.
Laboratório – A Fundação Rio Verde está localizada em Lucas do Rio Verde e seu laboratório foi idealizado para atender a demanda do produtor rural na região médio norte e norte de Mato Grosso por meio de pesquisas e análises de produtos, como explica o diretor da instituição, Rodrigo Pasqualli.
“Antes os produtores tinham que encaminhar material para Cuiabá ou outros municípios, isso se refletia em demora no resultado e encarecia o processo. Atualmente, por meio de nossa estrutura, conseguimos atender a demanda e oferecer um retorno rápido ao agricultor”, destaca Pasqualli.
O laboratório da Fundação segue padrão de qualidade regulamentado por meio de parâmetros internacionais, que incluem nomenclaturas utilizadas para medição e interpretação de análises. Por safra são avaliadas em torno de 6 mil amostras.
“Já chegamos a fazer 15 mil análises em um ano devido à demanda. Estamos dimensionando o laboratório para oferecer um retorno ainda mais rápido ao produtor, que seria em torno de sete dias. Entendemos que esse é o tempo mínimo para poder tomar uma decisão com relação a um produto ou alguma ação referente à lavoura. Para manter a qualidade no atendimento e o padrão de entrega de resultados temos um limite diário, semanal e mensal de recebimentos de amostras”, finaliza o diretor da instituição.