Mato Grosso, 20 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Anatel sugere pacotes mais baratos para TV paga sair da estagnação

05.08.2015
02:49
FONTE: G1

IMPRIMA ESSA NOTÍCIA ENVIE PARA UM AMIGO

A estagnação do setor de TV por assinatura, que viu sua base de assinantes estacionar em 2015 após uma sequência de pelo menos 5 anos de “crescimento chinês”, dominou os debates de abertura da Feira e Congresso ABTA, que começou nesta terça-feira (4) em São Paulo.

Como medida alternativa para driblar o “momento conjuntural difícil”, o presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) defendeu o lançamento de pequenos pacotes, com um número menor de canais e mais baratos, para ampliar a penetração do serviço de TV pagas nas classes D e E. “Acho que as empresas precisam compatibilizar suas ofertas com as demandas que o usuário exige. É preciso que o setor pense nesta questão”, disse João Rezende.

“Mas isso é apenas uma sugestão minha. A Anatel não tem poder de interferir nessa questão”, explicou a jornalistas, classificando a proposta mais como uma “provocação” para o setor, que vem seguidamente cobrando uma simplificação regulatória e reclamando da concorrência desleal de serviços de vídeo sob demanda que operam diretamente pela internet, como o Netflix.

ABTA diz que proposta é impossível

Para o presidente da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura), Oscar Simões, a redução do preço mínimo dos pacotes para baixo dos atuais cerca de R$ 50 é “praticamente impossível”. “Preço abaixo desse patamar, com a estrutura tributária que temos, com o custo Brasil, acho que é praticamente impossível, não tem milagre”, afirma.

Segundo Simões, uma proposta desse tipo só daria para ser discutida se atrelada a um projeto de desoneração dos serviços ou de redução da carga tributária.

De acordo com a ABTA, cada novo cliente de TV paga implica para as operadoras um custo de mais de R$ 400 em equipamentos e instalação. “É preciso 40 meses com esse assinante só para recuperar o custo de aquisição”, afirma Simões. “Se você pensar num pacote mais barato, não vai ter retorno. As empresas não fazem isso porque a conta não fecha”, completou.

O setor atribui a estagnação da base de clientes da TV paga no país sobretudo à atual crise econômica, o que estaria levando a aumento da inadimplência e menor entrada de novos clientes.

Embora admita que as novas tecnologias também estejam provocando um aumento da fuga de clientes, para a ABTA a maior ameaça para a diminuição da base de assinantes no país vem do cenário econômico e do risco de aumento da carga tributária.

“O que mais nos assustou recentemente foi o aumento da carga tributária”, disse Simões, citando a decisão de 3 estados (Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal) de elevar a alíquota de ICMS do setor de 10% para 15% a partir de janeiro de 2016. A ABTA teme que a iniciativa seja seguida por outros estados, o que pelos cálculos da associação poderia provocar uma perda de milhões de clientes em razão do repasse da maior tributação para os preços.

O presidente da Anatel manifestou sua preocupação com a possibilidade de elevação do ICMS e se posicionou contra qualquer aumento tributário no setor.

Já o secretário executivo do ministério das Comunicações, Luiz Azevedo, avaliou que tanto o setor como a economia brasileira passam apenas por uma espécie de “pit stop”. Segundo ele, a partir de meados de 2016 o país já terá condições de retomar “a linha de crescimento com distribuição de renda”. “Logo voltaremos para pista de corrida, temos certeza”, disse.

IMPRIMA ESSA NOTÍCIA ENVIE PARA UM AMIGO

NOTÍCIAS RELACIONADAS

ENVIE SEU COMENTÁRIO