Mato Grosso, 18 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Argentinos se preparam para chance de calote de dívida do país

29.07.2014
11:11
FONTE: G1

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Termina nesta quarta-feira (30) o prazo para que a Argentina pague seus credores e afaste o risco de uma nova moratória, 12 anos depois do “megacalote” de 2001. A menos de um dia, o país não dá sinais de que um acordo esteja perto de acontecer.

Diante disso, os argentinos já começam a se preparar para esse possibilidade. Norberto Garcia, 70, dono de uma fábrica de brinquedos em Buenos Aires, planejava lançar uma série de novos itens neste ano, depois de ter conseguido, aos poucos, se reeguer do primeiro calote da Argentina.

"Nós tinhamos planos de lançar 11 novos produtos. Agora, vamos lançar apenas três", disse  Garcia, em entrevista à agência Reuters. "Nós preferimos guardar dinheiro para manter a estrutura atual da empresa. 

A atitude de Garcia, de "esperar para ver", é típica de outros empresários, que preveem uma desaceleração nas vendas.

De onde vem o impasse

O impasse é resultado daquele calote no fim de 2001. Depois de dizer que não tinha como pagar ninguém, a Argentina decidiu reestruturar seus débitos: ofereceu pagar, em parcelas de até 30 anos, menos do que os títulos da dívida valiam. A maioria dos prejudicados aceitou as condições, e é uma das parcelas para este grupo que vence em 30 de julho. A Argentina fez o depósito, mas os recursos foram bloqueados pela Justiça americana.

Para destravá-los, o país teria de cumprir uma decisão judicial que ordenou o pagamento de US$ 1,33 bilhão mais juros a fundos especulativos liderados por NML e Aurelius. Eles têm em mãos papéis da dívida de uma minoria que não quis renegociar as dívidas e foram à Justiça exigir o pagamento integral. Com a nova conta, a Argentina disse que não teria dinheiro para todos. Mas, para o juiz americano Thomas Griesa, ela não pode privilegiar credores.

O problema está mais relacionado a questões jurídicas complexas do que, necessariamente, à falta de dinheiro. A situação é tão controversa que chegou ao ponto de o governo argentino alegar que queria pagar, mas não o deixavam, ao mesmo tempo em que foi acusado pelos fundos de se recusar a negociar.

O temor da presidente Cristina Kirchner é o risco de a dívida subir em mais de US$ 120 bilhões. O governo demonstra estar convencido de que qualquer novo acordo com credores ameaça todo o processo de reestruturação da dívida feita lá atrás, porque poderia provocar uma enxurrada de processos de credores exigindo o mesmo tratamento.

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