O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta segunda-feira (20) que a apresentação do balanço da Petrobras, marcado para esta quarta-feira (22), será "mais um passo" na reconstrução da empresa.
"Há expectativa de que, em alguns dias, eles [Petrobras] irão superar a questão do balanço auditado. A expectativa é de que eles conseguirão publicar o balanço auditado e que será muito bom", disse o ministro.
Levy foi questionado sobre a situação da estatal durante o Bloomberg Monetary Summit, encontro de líderes políticos do Brasil, Canadá, China Colômbia, Peru e Estados Unidos, que ocorre em Nova York.
O balanço auditado da Petrobras trará os resultados contábeis referentes ao ano fechado de 2014 e ao terceiro trimestre do ano passado (revisado). A publicação dos dois resultados está atrasada devido às investigações da Operação Lava Jato sobre o esquema de corrupção envolvendo a estatal. Os números que serão apresentados devem conter as perdas referentes aos desvios.
Levy disse ainda que há expectativas em relação a uma renovação do Conselho de Administração da Petrobras com mais profissionais do mercado em detrimento de indicações políticas.
Durante o evento, o ministro acrescentou ainda que investidores estão nervosos com a transparência no Brasil após a crise na estatal, mas defendeu que mudanças positivas de governança estão acontecendo na companhia e que ele tem confiança na estatal.
Previdência
Levy destacou ainda que o governo precisa estar alerta aos limintes dos gastos com a Previdência.
"Temos sempre de ficar alertas para saber se podemos sustentar. A Previdência é importante no Brasil. Nos últimos anos tivemos transferências importantes para pessoas de baixa renda. Uma coisa boa sobre o Brasil é que há muita transparência. Você sabe o que está acontecendo com o governo, os números, há muito debate na imprensa. Esse é o cerne da democracia", afirmou.
O ministro da Fazenda disse também que as propostas de ajuste fiscal enviadas ao Congresso contêm medidas estruturantes e afirmou que o Brasil deu um passo ousado porque propôs alteração em benefícios trabalhistas.
Levy disse estar confiante que o governo cumprirá a meta de superávit primário de 1,2% do PIB. Para isso, o ministro repetiu que o governo vai limitar os gastos para os níveis de 2013.
Metas
Para tentar atingir as metas fiscais, a nova equipe econômica já anunciou uma série de medidas nos últimos meses. Entre elas, estão mudanças nos benefícios sociais, como seguro-desemprego, auxílio-doença, abono salarial e pensão por morte, que ainda têm de passar pelo crivo do Congresso Nacional.
Além disso, também subiu o IPI para automóveis e tributos sobre a gasolina, operações de crédito, cosméticos e anunciou a intenção de elevar a tributação sobre a folha de pagamentos.
O Tesouro Nacional confirmou que não haverá mais repasses do governo ao setor elétrico, antes estimados em R$ 9 bilhões para este ano, o que deverá elevar ainda mais a conta de luz, que pode ter aumento superior a 40% em 2015.
Sobre inflação, Levy afirmou que os formuladores de políticas brasileiros devem estar vigilantes para garantir que a inflação recue e que as expectativas de preço sigam ancoradas.