Mato Grosso, 26 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Beneficiários do RJ vivem batalha por atendimento devido à greve no INSS

04.09.2015
10:33
FONTE: G1

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  • Faixa de greve podia ser vista em uma das agências do INSS em Copacabana
A greve nacional de diversos servidores públicos federais da Previdência Social tem promovido uma luta diária de milhares de beneficiários para conseguir atendimento no Rio de Janeiro, seja em postos do INSS, pela internet ou por telefone. Nesta quinta-feira (3), a um dia de completar 60 dias da paralisação, o G1 percorreu postos da cidade e ouviu trabalhadores que lutam por seus direitos. Entre as reclamações, estão informações desencontradas e problemas para agendar outras visitas aos postos.

O último balanço divulgado pelo Ministério da Previdência Social foi em 27 de agosto e contabilizava 47 agências fechadas e 13 funcionando parcialmente no Rio, das 106 espalhadas pelo estado.

Josiane Verçoza Campos, bancária, de 52 anos, está de licença por acidente de trabalho. Em 31 de julho, tentou fazer um agendamento pela internet e não conseguiu. Entrou em contato com a ouvidoria e soube que teria que esperar a greve acabar. Nesta quinta, foi a uma agência na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, na Zona Sul do Rio, e mais uma vez não conseguiu ser atendida.

“Todo dia eu ligo para o 135, e não adianta. Estou sem receber, sem dinheiro para as contas, para a faculdade do filho, para os remédios. Tenho problemas psicológicos e estou ainda pior com essa situação toda, muito nervosa. Me disseram na ouvidoria que eu teria que vir nesse posto. Moro no Méier e vim até Copacabana só para isso. Chego aqui e me informam que tenho que ir em outro lugar. As informações estão desencontradas", reclama Josiane. 

Ela diz que gostaria de uma solução mais equilibrada para a situação. "Eu respeito a greve, entendo que é um direito legítimo dos trabalhadores, mas deveria haver uma solução para ajudar as pessoas que precisam dos serviços", acrescenta.

A dona de casa Cristiane Oliveira, de 30 anos, conseguiu agendar uma nova ida ao posto, mas somente para novembro. Desde 2009, ela luta na Justiça para receber a pensão deixada pelo pai. Quando a história parecia estar perto de um final feliz, veio a greve.

“Hoje (quinta) vim aqui trazer todos os termos para tentar dar entrada e começar a receber esse dinheiro. Não queriam nem deixar eu entrar, expliquei meu caso e tive que pedir muito ao guarda, porque eles não queriam me atender”, conta ela, indignada.

Próximo dali, em outra agência na mesma avenida, Analias dos Santos, de 47 anos, operador de guindaste, esperava. Afastado por acidente de trabalho, precisava de uma perícia médica para poder receber pelo INSS. Ele diz que vinha ligando todos os dias desde 13 de julho, e a cada ligação recebia uma informação diferente.

“Ninguém sabia de nada e mandavam continuar ligando, eu ligava todo dia e não dava em nada. Encontrei na rua um colega de trabalho que está na mesma situação que eu e ele me disse que aqui estavam fazendo a perícia e eu vim. Quer dizer: na central de atendimento, ninguém soube me informar. Só fiquei sabendo porque alguém na mesma situação me disse. Um absurdo. Estou sem saber se vou receber. Sempre contribuí e agora que eu preciso devo ficar sem meu dinheiro, que já é pouco”, lamenta.

Números

Segundo o comando nacional de greve, 1100 agências em todo o país estão fechadas, com adesão 85% da categoria, formada por 33 mil funcionários.
 
Entre as reivindicações dos funcionários, estão um reajuste salarial de 27,5 % imediato, com aumento gradual durante os próximos quatro anos, aumento no valor dos benefícios, paridade entre ativos e aposentados e mais vagas de concursos, com pelo menos 10 mil vagas.

Uma pauta exclusiva dos funcionários do INSS diz respeito à incorporação de 100% do valor da Gratificação de Desempenho de Atividade do Seguro Social (GDASS), que representa 70% da remuneração do servidor e que pode chegar ao máximo de R$ 4,7 mil.

80% do valor do GDASS(ou R$ 3.779,20) são pagos caso o local de trabalho do servidor atinja as metas estabelecidas para o período. As metas são fixadas a cada 6 meses. Na configuração atual, se a meta for alcançada, o servidor recebe os 80%; caso contrário, apenas 30%.

20% da GDASS (ou R$ 944,80) são pagos atualmente caso o servidor atinja a pontuação máxima na avaliação pessoal. A avaliação é feita a cada 6 meses (abril e outubro), e o servidor recebe uma pontuação de 5 a 20 pontos.

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