As promoções da Black Friday fizeram com que um auxiliar administrativo ficasse seis horas em um supermercado em São Paulo. Daniel Antônio dos Santos entrou na loja na noite de quinta e só saiu na madrugada desta sexta-feira (27) com três carrinhos cheios.
“Cheguei às 22h e estou saindo praticamente quase 4h da manhã”, disse. “Ao todo [gastei] R$ 1.800, mais ou menos. Se fosse para fazer uma compra normal, daria R$ 3 mil, R$ 4 mil aí.”
O atendente Charles da Silva Ramos usou o que restou do salário no supermercado. “Carne, que está na promoção, né? Para fazer um churrasquinho no final do ano.” Ele pretendia levar também alguns eletrodomésticos: “Televisão, um som que estava precisando em casa e um home theater.”
Além de estar presente nas lojas físicas, a Black Friday era intensa no comércio virtual. Isso fez com que clientes passassem a madrugada em frente ao computador, atrás de preços baixos.
Procon
Para evitar fraudes, o Procon de São Paulo monitora os preços desde setembro. O objetivo é descobrir quais lojas sobem esses preços um pouco antes da Black Friday para só então dar o desconto. “Tem smartphone com três preços diferentes no mesmo site”, disse a supervisora de fiscalização do Procon, Marcia Cristina Zerbinati.
Em casos como esse, a fundação pretende agir. “Estamos monitorando o site, ‘printamos’ a tela e vamos lavrar um auto de infração depois de uma analise mais aprofundada.”
“É fundamental que o consumidor documente todos os passos da compra”, disse Fátima Lemos, assessora técnica do Procon. “E guarde todos os comprovantes.”