A Bovespa operava em leve alta na tarde desta segunda-feira (20), com o mercado repercutindo a decisão de países importadores de colocar restrições à carne do Brasil após a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. Pela manhã, o índice foi pressionado pela forte queda das ações da BRF e JBS, que chegaram a cair ao redor de 10% na abertura do pregão.
Às 13h52, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de São Paulo, subia 0,76%, a 64.699 pontos.
Por volta do mesmo horário, as ações da JBS caíam cerca de 2%, e da BRF caíam mais de 3%.
A Marfrig liderava as baixas do índice, com queda de mais de 4%. Segundo a Reuters, a compania não foi citada na operação da Polícia Federal, mas era impactada pelo efeito de restrições às importações de carne brasileira.
Na outra ponta, Petrobras era o destaque de alta, com valorização e mais de 2%.
Na sexta-feira, as ações da JBS caíram 10,59%, a maior baixa desde 26 de outubro (-11,45%), para R$ 10,72, menor cotação desde o início de dezembro, segundo a Reuters. Já a BRF perdeu 7,25%, marcando a maior baixa desde 26 de fevereiro (-7,7%), para R$ 37,10, menor valor desde dezembro de 2012. As duas empresas lideraram as quedas do Ibovespa no último pregão, com volumes acima da média recente para os papéis, após a operação da Polícia Federal.
O Ibovespa fechou em queda de 2,39%, a 64.209 pontos, contabilizando na semana baixa de 0,72%.
Operação Carne Fraca
Deflagrada na sexta-feira (17) pela Polícia Federal, a operação investiga o envolvimento de fiscais do ministério em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos.
Foi descoberto que funcionários de superintêndencias regionais recebiam propina para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem fiscalização.
O presidente Michel Temer anunciou no domingo (19), durante reunião com embaixadores de países que importam a carne brasileira, que haverá uma "força-tarefa" para fiscalizar os frigoríficos alvos da Operação Carne Fraca.
A assessoria do Planalto divulgou uma nota na qual informou que, além da força-tarefa, o governo decidiu reiterar às missões estrangeiras que "todas as plantas exportadoras permanecem abertas às inspeções dos países importadores" e que o sistema de controle nacional é um dos "mais respeitados do mundo".