Mato Grosso, 20 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Brasil cai e tem pior posição histórica em ranking de competitividade

27.05.2015
15:11
FONTE: G1

IMPRIMA ESSA NOTÍCIA ENVIE PARA UM AMIGO

A piora no desempenho da economia brasileira cobrou seu preço também na competitividade do país. Pelo quinto ano seguido, o Brasil perdeu posições no ranking global de competitividade, feito pelo IMD e pela Fundação Dom Cabral – e atingiu sua pior classificação histórica, um pouco honroso 56º lugar. O ranking é elaborado desde 1989.

No topo da lista se destacam os Estados Unidos, Hong Kong, Cingapura e Suíça, seguidos do Canadá e de países da zona do Euro. Entre os países latino-americanos, o Chile se mantem na melhor posição, no 35º lugar, seguido do México (39º).

A queda

O Brasil foi ultrapassado, este ano, pela Bulgária, que passou de 56ª para a 55ª posição, e pela Eslovênia, que saiu da 55ª para a 49ª posição. Em seis anos, o índice de competitividade do Brasil caiu cerca de 20%, distanciando significativamente o país das nações no topo do ranking, segundo a Fundação Dom Cabral.

Com a perda de posições, o Brasil agora está à frente, no ranking, apenas da Mongólia, Croácia, Argentina, Ucrânia e Venezuela, entre os 61 países analisados.

Desempenho da economia

Segundo o levantamento, as maiores perdas do Brasil vieram do item "desempenho da economia", em que o país recuou oito posições na comparação com o ano anterior. Dentro desse quesito, o item "emprego" teve queda de 15 posições, enquanto "economia doméstica" caiu sete colocações. Em "preços", o recuo foi de três posições.

"Apesar do Brasil se manter como a sétima maior economia do mundo, a desaceleração interna vivenciada pelo país influenciou negativamente sua capacidade competitiva. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 0.1% em 2014, em contraste com a expansão da economia mundial de 2.3%, colocou o Brasil na 55ª posição nesse quesito", diz o estudo.

Eficiência do governo

O Brasil também mostra baixo desempenho no fator "eficiência do governo", que analisa o impacto do ambiente político, institucional e regulatório na capacidade competitiva dos países. O item, aponta o estudo, "é historicamente o ponto mais crítico para a competitividade do país".

Desde 2011, o Brasil figura entre as cinco piores nações neste fator e, no ranking desse ano, apresentou uma queda de duas posições, chegando ao 60º lugar, à frente apenas da Argentina.

"A pouca flexibilidade da legislação trabalhista e a complexidade do sistema regulatório, combinadas com a alta carga tributária e as taxas de juros que não incentivam o investimento na produção e no crescimento das empresas, contribuem para manter o país entre os piores ambientes do mundo para se fazer negócio", diz o levantamento.

O Brasil também se destacou negativamente no quesito "finanças públicas", em que perdeu dez posições de 2014 para 2015, graças ao déficit nominal de US$ 146 bilhões no ano passado.

A pior colocação do país, no entanto, aparece nos subitens "suborno" e "corrupção", nos quais o Brasil aparece na última posição entre os 61 países analisados.

"Isto evidencia como os desvios de dinheiro têm um efeito perverso no lado real da economia, reduzindo a atratividade do país. Estamos também no final da lista no que diz respeito a barreiras tarifárias, burocracia, impostos corporativos e taxa de juros de curto-prazo", diz a pesquisa.

Infraestrutura

Desde 2012, o Brasil vem caindo no ranking no quesito infraestrutura. Em 2015, chegou à 53ª posição. A crise hídrica, que vem afetando o abastecimento de energia e de água no último ano, contribui para a queda do país nessa categoria, e o risco de racionamento no curto prazo desponta como um dos principais desafios competitivos para o Brasil em 2015.

Eficiência empresarial

Não foi só o governo que demonstrou piora no ranking. A eficiência das empresas também teve queda acentuada, recuando cinco posições, para o 51º lugar e acumulando 24 posições perdidas em quatro anos.

A produtividade e a eficiência do trabalho continuam sendo um grande entrave, com o país ocupando a 59ª posição do ranking.

Atrativos do Brasil

Com tantos pontos negativos, os executivos ouvidos apontaram as "atitudes abertas e positivas" como o maior atrativo da economia brasileira, com 68% das respostas a favor. O dinamismo da economia foi apontado por 59,1%, enquanto o acesso a financiamento é visto como favorável por 53% dos pesquisados.

IMPRIMA ESSA NOTÍCIA ENVIE PARA UM AMIGO

NOTÍCIAS RELACIONADAS

ENVIE SEU COMENTÁRIO