Mato Grosso, 20 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Brasil está 'claramente no caminho certo', diz diretora do FMI

22.05.2015
10:32
FONTE: G1

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  • Christine Lagarde fala em evento do BC no Brasil
O Brasil está "claramente no caminho certo" em relação às políticas econômicas, segundo a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.

Em discurso de cerca de 30 minutos realizado, nesta sexta-feira (22), no seminário de Metas de Inflação em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, Lagarde afirmou que o Brasil acertou em responder à crise financeira global implementando política anticíclicas (que incentivaram o consumo). No entanto, estimular o crescimento, afirmou, "é mais uma questão de oferta do que de procura".

Lagarde admitiu ainda que “o Brasil hoje está numa conjuntura um pouco delicada, como a demanda a global caiu e continua caindo a atividade doméstica". Segundo ela, o reforço das políticas macroeconômicas é a melhor abordagem para preservar a estabilidade e aumentar a proteção contra choques externos.

"É animador ver que o governo brasileiro está seguindo essa estratégia. Ele anunciou metas de superávit fiscal primário de 1,2% do PIB este ano e 2% do PIB em 2016–17, bem como diversas medidas para atingir essas metas. Esse aumento gradual porém significativo dos superávits primários é necessário para reforçar a credibilidade das políticas internas", afirmou.

Alta de juros

A diretora do FMI elogiou a política monetária brasileira – que levou a taxa básica de juros, a Selic, a 13,25% no mês passado. "Há sinais de que essa política esteja surtindo efeito. Ainda que a inflação permaneça elevada em 2015 em função dos reajustes dos preços relativos, a expectativa é que volte a ficar abaixo do teto da meta em 2015, continuando então a convergir para o centro da meta", afirmou.

"É claro que, em um contexto de desaceleração do crescimento, essa postura é alvo de críticas. Nossa análise, porém, indica que uma nova dose de estímulo poderia ameaçar a credibilidade arduamente conquistada dos esforços de política do passado. Tal credibilidade é particularmente importante para restaurar e sustentar as perspectivas de um crescimento forte, equilibrado e inclusivo", defendeu Lagarde.

Inflação

Lagarde analisou que "a inflação em 2015 está muito alta", no entanto, sua expectativa para 2016 é de "esses números serão alterados e que vamos conseguir convergir de volta à meta inflacionária". "Assim, nós temos mudanças das políticas de preço junto com as metas internacionais".

Reformas

Lagarde reconheceu que, "na atual conjuntura", restaurar o crescimento sólido e preservar a estabilidade macroeconômica da região "será um desafio".

"Contudo, as dificuldades atuais podem também gerar oportunidades para abordar deficiências de longa data e realizar reformas para lançar uma nova fase de prosperidade e progresso social. Quem vence obstáculos pode fazer coisas admiráveis", afirmou.

A executiva destacou três medidas necessárias para a retomada do crescimento: eliminar as lacunas de infraestruturas, reduzir o custo dos negócios (com simplificação e redução das estruturas tributárias) e revitalizar a integração comercial.

"O Brasil já tem iniciativas em curso em todas essas áreas, algumas mais conhecidas ou em estágio mais avançado do que outras. O essencial agora é garantir uma implementação vigorosa e ambiciosa para que produzam o estímulo ao crescimento e à prosperidade que
todos esperamos ver", afirmou.

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