Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Brasil registra saída de US$ 2,3 bilhões na parcial de julho

29.07.2015
15:13
FONTE: G1

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A saída de dólares superou o ingresso de recursos no Brasil em US$ 2,33 bilhões em julho, na parcial até a última sexta-feira (24), informou o Banco Central nesta quarta-feira (29). Se confirmado o saldo negativo para todo mês, será a terceira retirada consecutiva de divisas da economia brasileira.

Em maio, ainda segundo números oficiais, US$ 2,07 bilhões deixaram o Brasil e, em junho, outros US$ 4,69 bilhões saíram da economia.

Na parcial deste ano, até 24 de junho, informou o Banco Central, porém, ainda houve mais ingresso do que saída de valores, no valor de US$ 8,76 bilhões. Em igual período do ano passado, US$ 4,97 bilhões haviam deixado o país.

Impacto no dólar

A saída de recursos registrada na parcial de julho favoreceria, em tese, a alta do dólar. Com menos moeda norte-americana no mercado, seu preço tenderia, teoricamente, a ficar maior. Neste mês, de fato, o dólar tem avançado fortemente. No fim de junho, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 3,10, avançando para R$ 3,33 nesta quarta-feira, por volta das 12h50. 

Além do fluxo de recursos, outros fatores também influenciam a cotação do dólar no Brasil. Entre elas, estão o comportamento da economia norte-americana, as sinalizações sobre a política monetária nos Estados Unidos, os indicadores da economia brasileira – que registraram desempenho ruim em 2014 – além de declarações de integrantes da equipe econômica e da oferta de contratos de "swap cambial" (que funcionam como venda de dólares no mercado futuro) pelo BC brasileiro, entre outros.

Retirada de estímulos nos EUA

Nos Estados Unidos, a expectativa dos analistas é de continuidade da retirada de estímulos à economia, que começa a dar sinais de recuperação. Em 2015, há previsão de que pode haver até mesmo aumento de juros nos Estados Unidos, o que tenderia a gerar retirada de dólares do Brasil, em direção aos EUA.
Indicadores da economia brasileira

Os indicadores da economia brasileira, que pioraram nos últimos anos e os fracos resultados dos últimos meses, também impactam a cotação do dólar no Brasil. As contas externas e, principalmente, as contas públicas tem exibido desempenho ruim.

Recentemente, o governo admitiu que não conseguiria atingir a meta de superávit primário (esforço fiscal) de 1,2% do PIB, fixada em novembro do ano passado, e baixou o objetivo para 0,15% do PIB neste ano. Nesta terça-feira, a agência de classificação de risco Standard & Poors indicou que pode rebaixar a nota brasileira no futuro.

Swaps cambiais

Outro fator que tende a influenciar a cotação do dólar foi o anúncio do Banco Central de que não iria renovar o programa de oferta diária de swaps cambiais (que funcionam como uma venda futura de dólares), que venceu no dia 31 de março. O programa vigorava desde agosto de 2013.

O Banco Central, no entanto, informou que vai renovar integralmente os contratos que vencem a partir de 1º de maio, "levando em consideração a demanda pelo instrumento e as condições de mercado". Segundo a instituição, os leilões de venda de dólares com compromisso de recompra "continuarão a ser realizados em função das condições de liquidez do mercado de câmbio".

Os swaps cambiais são contratos para troca de riscos. O Banco Central oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana. No vencimento deles, o BC se compromete a pagar uma taxa de juros sobre valor dos contratos e recebe do investidor a variação do dólar no mesmo período.

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