Mato Grosso, 24 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Combustíveis e cheia no AM deixarão produtos rurais mais caros, diz Faea

25.02.2015
10:43
FONTE: G1

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  • Produtores rurais temem os impactos de uma grande cheia no interior
A subida da cotação dólar e o aumento no valor dos combustíveis deve influenciar os preços de mercadorias produzidas em todo o Brasil. No Amazonas, além das questões econômicas, um fator natural também preocupa produtores rurais: a cheia dos rios amazônicos. A soma desses fatores deve interferir nos preços repassados ao consumidor e poderá causar queda no número de empregos. O alerta é feito pela Federação de Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea).

Para o presidente da Faea, Muni Loureiro, o transporte dos produtos agropecuários até os centros comerciais na capital e interior deve ficar mais caro. O valor deverá ser repassado aos consumidores. "Os combustíveis compõem os custos de produção na atividade rural, tanto no âmbito interno da propriedade rural, como no transporte e logística para o escoamento da produção até o mercado consumidor. Assim sendo, o aumento nos combustíveis repercute significativamente no preço final dos produtos, ainda mais em um Estado de dimensões continentais como o Amazonas, caracterizado por grandes distâncias entre os municípios e a capital, que é o maior mercado consumidor", disse ao G1.

Segundo Muni, além da alta de preços dos produtos, poderá ocorrer a queda no número de empregos gerados pelos produtores no estado. "Neste cenário de instabilidade e incerteza econômica que estamos vivenciando, naturalmente os produtores e empresários rurais retraem seus projetos de investimentos e isso representa diminuição de oferta de emprego e renda", avalia.

Produtos mais caros

A diferença nos preços de produtos agrícolas cultivados no Amazonas deverá ser sentida pelos consumidores apenas nos próximos meses. "O setor primário apresenta como uma de suas características fundamentais a sazonalidade na oferta dos produtos agrícolas, ou seja, temos períodos de safra e entressafra para as diversas culturas agrícolas, e o aumento dos preços desses produtos poderá ser mais percebido nos períodos de entressafra, meses onde há menor oferta de determinados alimentos. Além do mais, quando estamos na entressafra da produção local, temos um aumento da importação de outras regiões do país, o que ocasiona preços mais altos, pelos custos ainda maiores de transporte", afirma o presidente da Faea.

Subida dos rios

A cheia dos rios também deixa os produtores rurais em alerta, segundo Muni. "Outro fator que preocupa para este ano é a perspectiva de mais uma grande cheia de nossos rios, o que pode representar quebras de safra e grandes prejuízos sociais e econômicos para o setor primário amazonense", disse.

A produção agropecuária faz parte da economia dos municípios do interior do estado. Frutas, legumes e verduras estão entre os produtos cultivados. Suínos, bovinos e aves também são criados nos municípios. Alguns deles já estão em situação de emergência por conta da subida dos rios.

De acordo com a Defesa Civil, estão em situação de emergência os municípios: Canutama, Envira, Itamarati, Guajará, Ipixuna e Eirunepé. O órgão aponta ainda que cerca de 9.697 famílias já foram afetadas pela cheia no estado.

A Defesa Civil informou ainda, nesta terça-feira (24), que todas as cidades da Região do Alto Solimões estão em "atenção": Atalaia do Norte, Benjamim Constant, Tabatinga, São Paulo de Olivença, Amaturá, Tonantins, Santo Antônio do Iça e Amaturá. A cidade de Boca do Acre, situada na calha do Purus, também está em situação de atenção.

No primeiro semestre de 2014,  produtores rurais de Boca do Acre, Pauini, Ipixuna, Humaitá e Manicoré perderam juntos mais de 27 mil toneladas de produtos cultivados, segundo informações da Secretaria de Produção Rural do Amazonas (Sepror-AM) divulgadas à época. Segundo a Sepror, entre as plantações mais atingidas estavam as de mandioca, banana, maxixe e abóbora.

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