O número de consultas para vendas a prazo no comércio varejista recuou 4,83% em fevereiro, na comparação com o mês anterior, informaram nesta sexta-feira (6) o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Trata-se do segundo mês seguido de queda.
Na avaliação do presidente da CNDL, Honório Pinheiro, os dois recuos consecutivos refletem a "estagnação do cenário macroeconômico". "A economia brasileira restringiu a oferta de crédito e também fez cair a confiança do consumidor, diminuindo a disposição para a compra de bens de maior valor, que tradicionalmente estão ligados ao financiamento", disse.
Na avaliação de Pinheiro, o dado também é reflexo do comprometimento de muitas famílias com os gastos com as festas de fim de ano e com o pagamento de impostos tradicional no início do ano.
Na comparação com fevereiro do ano passado, foi registrada uma queda de 2,85% no número de consultas para vendas a prazo. "Além de registrar um resultado pior do que fevereiro do ano passado, quando houve alta de 0,69%, é importante ressaltar que a queda anual de fevereiro foi a sétima registrada nos últimos doze meses", informou a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
O resultado acumulado do primeiro bimestre, em comparação com o mesmo período de 2014, registrou uma queda de 0,51%.
De acordo com a economista-chefe do SPC, a tendência das vendas para os próximos meses é de repetição do "cenário ruim visto" em 2014. "Sem indícios de recuperação da economia, os consumidores devem seguir reticentes em se comprometer com compras a prazo. Desta forma, é possível esperar uma retração no cenário de vendas nos próximos meses", avaliou Kawauti.
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