As contas do setor público consolidado, que incluem o governo federal, os estados, os municípios e as empresas estatais, tiveram um rombo recorde para meses de julho e para o acumulado dos sete primeiros meses deste ano, segundo números divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (31). A série histórica do BC tem início em dezembro de 2001.
Somente em julho, informou a autoridade monetária, foi registrado um déficit primário (despesas maiores do que receitas, sem contar os gastos com pagamento de juros da dívida pública) de R$ 12,81 bilhões. Até então, o pior resultado para julho havia ocorrido no ano passado, com um rombo fiscal de R$ 10,01 bilhões.
Já no acumulado dos sete primeiros mess deste ano, o déficit fiscal das contas públicas, ainda no conceito que não contabiliza os juros da dívida pública, atingiu expressivos R$ 36,59 bilhões. No ano passado, o pior resultado até então, houve um superávit primário (receitas maiores do que despesas, sem contar gastos com juros) de R$ 6,2 bilhões.
Em doze meses até julho deste ano, informou o Banco Central, as contas do setor público consolidado apresentaram um déficit primário de R$ 154 bilhões - o equivalente a 2,54% do Produto Interno Bruto (PIB). Em doze meses até junho, o rombo havia somado R$ 151,24 bilhões - o equivalente a 2,51% do Produto Interno Bruto (PIB).
O fraco desempenho das contas públicas acontece em meio à forte recessão da economia brasileira, que tem reduzido as receitas da União com impostos. No segundo trimestre deste ano, informou o IBGE nesta quarta-feira, o Produto Interno Bruto (PIB) recuou 0,6%. Foi o sexto trimestre seguido de retração.
Ao mesmo tempo, os números do Tesouro Nacional mostram que as despesas públicas, impulsionadas pelos gastos obrigatórios, continuam crescendo em 2016.