Mato Grosso, 24 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

“Crise é sinônimo de oportunidade”, defende Salete Lemos na Parecis SuperAgro

14.04.2015
19:13
FONTE: Assessoria

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Especialista na área econômica, a jornalista Salete Lemos foi a palestrante do segundo dia da Parecis SuperAgro – feira de agronegócios que acontece entre 12 e 15 de abril, em Campo Novo do Parecis – para falar sobre a conjuntura econômica atual.

A jornalista reforçou que há um cenário financeiro preocupante aportado no Brasil desde 2011 e que veio se agravando até 2015. Conforme defendeu ela, até hoje, o Brasil está enfrentando o desdobramento da crise financeira que se iniciou em 2008.

Contudo, afirmou, no auge da maior crise mundial [em 2008] o país teve a oportunidade de se diferenciar economicamente. “O Brasil aconteceu. A crise faz pensar e colocar em movimento. E naquele momento, o país esqueceu a crise e se voltou para o mercado interno; foi atrás de crédito”.

Foi entre 2008 e 2010 que o Brasil “descobriu mais 40 milhões de novos consumidores” e o mercado internacional voltou os olhares para o país. Entretanto, o Governo Federal não fez o dever de casa: não economizou. “O principal fator que emperra o crescimento econômico é o descontrole das contas”.  

Se recuperando da crise de 2008, o crescimento financeiro do Brasil em 2010 foi de 7,5%. Mas o país abriu as torneiras e voltou a sentir o desgaste financeiro nos anos subsequentes. “Erramos no momento em que faturamos muito e investimos em nada”.

Para a jornalista, agora, o Estado brasileiro tem que fazer o ajuste de contas. “Isto, igual a dona de casa faz em casa e o investidor na empresa. Quando as contas estão ruins eles investem? Não! Eles cortam gastos”.

Com 99% da sua receita comprometida com pessoal, o Governo Federal precisa cortar gastos. “Chegou a hora de cortar pessoal e ministérios”, critica.  Salete avalia que além de não fazer os cortes necessários, o Governo Federal tentou fazer o ajuste numa área essencial: a educação.

Sem os cortes, pontua, é claro que a dívida vai crescer. “Toda vez que se perde o controle da economia, a inflação salta”.

No cenário atual, disse a palestrante, a indústria apresenta resultados acachapantes. Em fevereiro, o recuo da produção em relação ao mesmo período de 2014 foi de 9,1%. O comércio teve declínio de 2,8%. “O desemprego aumentou e deve aumentar mais”.

Ela afirma ainda que em 2015 "ninguém está consumindo e ninguém está investindo” e que é preciso tomar 2008 como exemplo. “A crise de 2008 veio para implantar um conceito maior: de que é preciso mudar a cultura do consumismo. O aceitável é somente o consumo consciente”.

Defendendo intransigentemente o corte de gastos, Salete enfatizou que há uma luz no fim do túnel. “Crise é sinônimo de oportunidade. Este é o momento de reassumir o controle sobre a situação”.
 
Neste viés, defendeu ainda uma reforma política que começaria pelo enxugamento dos ministérios. “O Congresso Nacional não representa o Brasil e deixa o governo pesado”.

Para Salete, a impressão é de que presidente Dilma Rousseff está atordoada com a perda da de força da economia. “E sem rumo, claro, o investimento não deslancha. O cenário está ruim, não se pode tampar o sol com a peneira; mas não é um impeachment que vai resolver a situação atual do país e sim uma reforma política”.

Parecis SuperAgro 2015 – Encerrando o evento, nesta quarta-feira (15.04), às 9h, o escritor Augusto Cury abordará o tema “Pais Inteligentes Formam Sucessores Não Herdeiros”. A partir das 14h, será realizado o Painel Político - "100 dias de governo", onde o governador Pedro Taques, o vice-governador Carlos Fávaro e secretários estaduais farão um balanço dos 100 dias de gestão. Também participarão o presidente do Sistema Famato/Senar, Rui Prado e o presidente da Aprosoja, Ricardo Tomczyk. A mediação ficará por conta do jornalista Luiz Patroni.

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