Mato Grosso, 24 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Desonerações e economia fraca fazem arrecadação crescer menos

23.07.2014
10:44
FONTE: G1

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As desonerações e o baixo nível de atividade da economia levaram a arrecadação de impostos do governo ter desempenho modesto no primeiro semestre deste ano. Segundo a Receita Federal, o governo arrecadou R$ 578 bilhões nos seis primeiros meses do ano com impostos, contribuições federais e demais receitas, como royalties (pagamentos pela exploração de recursos naturais) – uma alta real de apenas 0,28% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Com o alta, a arrecadação bateu recorde histórico para um primeiro semestre. A taxa de crescimento real registrada no acumulado deste ano, porém, foi a menor para o período desde 2009: nos seis primeiros meses do ano passado, a arrecadação havia avançado 0,49% sobre o mesmo período de 2012. Já no primeiro semestre de 2012, a alta real foi de 3,66% na mesma comparação. Nos primeiros semestres de 2010 e 2011, respectivamente, o crescimento real foi de 15,28% e de 12,68%, respectivamente. Em 2009, a arrecadação caiu 7,02%.

Desonerações e atividade econômica fraca

De acordo com o Fisco, o desempenho modesto da arrecadação federal neste ano está relacionada com o baixo nível de atividade, que influencia o pagamento de tributos e, também, com as desonerações realizadas nos últimos anos – com impacto de R$ 50,7 bilhões nos seis primeiros meses de 2014.

"O desempenho da arredadação está relacionado com as desonerações. A atividade econômica também é um dos fatores que provavelmente tenha impactado. Há diminuição de arrecadação dos tributos ligados à lucratividade das empresas", afirmou o secretário-adjunto da Receita Federal, Luiz Fernando Teixeira Nunes.

Além disso, segundo o Fisco, também houve redução da arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) nos dois primeiros meses deste ano. Outro fator que influenciou a arrecadação foram receitas extraordinárias registradas no ano passado, no valor de R$ 4 bilhões em depósitos judiciais e venda de participação societária.

De acordo com o governo federal, também houve aumento das compensações tributárias no primeiro semestre deste ano por parte das empresas – o que também contribuiu para impedir uma alta maior da arrecadação.

 "Também houve a retirada do ICMS base de cálculo do PIS e da Cofins", acrescentou Nunes, da Receita Federal.

Previsão para este ano

O secretário-adjunto da Receita Federal manteve em cerca de 2% sua estimativa de alta real da arrecadação para todo ano de 2014. No início deste ano, a estimativa de alta real neste ano era de 3,5%.

Segundo ele, o Fisco já trabalhou com os dados do último relatório de receitas e despesas do orçamento para manter a previsão de alta real em 2% da arrecadação, ou seja, que considera uma arrecadação do Refis da Copa de R$ 18 bilhões neste ano, e não de R$ 12,5 bilhões, e também com uma expectativa de alta do PIB de 1,8%.

Neste ano, novamente, o governo está se apoiando em receitas extraordinárias, como aquela proveniente de parcelamentos, para fechar as contas. O objetivo do governo, em 2014, é atingir a meta fiscal de R$ 99 bilhões, ou 1,9% do PIB, para todo o setor público (governo, estados, municípios e empresas estatais) fixada em fevereiro deste ano.

Resultado de junho

Somente em junho, ainda de acordo com dados da Receita Federal, foram arrecadados R$ 91,38 bilhões com impostos, contribuições federais e demais receitas, como royalties (pagamentos pela exploração de recursos naturais).

O valor representa uma alta real de 0,13% sobre o mesmo mês do ano passado, acrescentou o órgão. O Fisco observou que foi registrada, em junho do ano passado, uma arrecadação extraordinária de R$ 1 bilhão – que inflou a base de comparação.

A arrecadação de junho deste ano também ficou distante do recorde para este mês, registrado em 2011 (R$ 98,64 bilhões), ainda segundo números divulgados pela Secretaria da Receita Federal.

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