No sertão de Alagoas, os agricultores enfrentam os problemas da seca. A pouca chuva deixou a paisagem verde, mas não foi o suficiente para garantir a safra.
Está tudo verde no sertão de Alagoas, mas quem pensa que o cenário representa fartura, se engana. Quando a cor da vegetação muda, mas os açudes e barreiros continuam secos e as lavouras sofrem com a falta de água, os sertanejos se deparam com a "seca verde", reflexo de chuvas fracas e mal distribuídas.
Na zona rural de Santana do Ipanema, um dos municípios sertanejos que decretaram situação de emergência por causa da estiagem, o tamanho dos pés de milho serve como parâmetro. José Gonzaga fez o plantio do milho em maio quando caíram as primeiras chuvas. Se continuasse chovendo de forma regular, o milharal estaria com cerca de dois metros de altura, mas as plantas não se desenvolveram. O prejuízo também acomete o feijão. O agricultor esperava colher quase 5 toneladas agora em julho, mas só deve conseguir 300 quilos.
Na roça de Maria Ilza da Rocha, o trabalho também foi em vão. O feijão plantado em maio não deve render, sequer, os 90 quilos de sementes que a agricultora semeou. Já com o milho, a perda foi total.
Em Pão de Açúcar, o volume de chuva estimado para os meses de maio e de junho era de 280 milímetros, mas choveu apenas 170, pouco mais da metade do esperado. Por isso, o verde da paisagem local também não reflete a realidade vivida pelos agricultores.
Há dois meses, quando fez o plantio do milho em uma área de sete hectares, Aurélio ferreira Leite esperava colher mais de 20 toneladas, mas vai perder toda a produção.
João Batista dos Santos, secretário de Agricultura de Pão de Açúcar, município que também decretou situação de emergência por causa da estiagem, estima que 3 mil agricultores foram atingidos pela seca verde este ano.
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