O percentual de famílias brasileiras endividadas alcançou 62% em junho e registrou queda pela primeira vez em quatro meses, segundo Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A análise foi divulgada nesta terça-feira (30).
Em maio, o percentual de famílias com dívidas era 62,4% e em junho de 2014, 62,5%. O cartão de crédito foi apontado como principal motivo do endividamento por 77,2% dos núcleos familiares, seguido por carnês, 16,3%, e financiamento de automóveis, 13,4%.
A proporção de famílias com contas ou dívidas em atraso e aquelas que informaram não ter condições de pagar seus débitos, contudo, aumentou. O percentual de famílias com dívidas atrasadas subiu para 21,3%, ante 21,1% em maio, e 19,8% em junho de 2014.
Já aquelas que continuarão inadimplentes subiu para 7,9% em junho. No mesmo mês do ano passado, eram 6,6%. E em maio, esse percentual era de 7,4%. Segundo a CNC, esse foi o maior patamar já registrado desde outubro de 2011.
Para a entidade, condições menos favoráveis de contratação de novos empréstimos e renegociação de dívida, combinado com a queda dos rendimentos dos trabalhadores, “têm levado a uma piora na percepção das famílias em relação ao seu endividamento”.
Muito endividadas
O percentual de famílias que se declararam muito endividadas seguiu estável entre maio e junho, segundo a entidade, com 12,5% do total. No entanto, cresceu em relação a 2014, quando atingiu 11,9%.
Ainda segundo a pesquisa, o tempo médio de adiamento do pagamento de contas foi de 59,6 dias em junho, menos do que o registrado em 2014, quando alcançou 60,8 dias.
“O período médio de comprometimento de renda com as dívidas foi de 7,1 meses, sendo que 33,1% dos entrevistados informaram que o prazo é superior a um ano”, informou a entidade.