Mato Grosso, 20 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Estiagem aumenta pressão de lagartas na soja em Mato Grosso

21.10.2014
11:38
FONTE: G1

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  • Pesquisadores alertam para a incidência de lagar- tas

O tempo seco e a estiagem nas regiões produtoras de soja em Mato Grosso podem aumentar a pressão das lagartas neste início da safra. Apesar de o cultivo da oleaginosa ainda não alcançar 10% da área estimada para a temporada - 8,8 milhões de hectares - o cenário para as pragas como a do elasmo e a rosca já é considerado preocupante, alertam os pesquisadores. A população das ameaças pode crescer em função de um ambiente mais favorável.

Nas regiões que enfrentam falta de chuva o monitoramento deve ser reforçado. "O que temos visto nas lavouras é a perda de estande de plantas em decorrência do longo período de estiagem. Para os plantios antecipados, o risco é alto principalmente para infestações de lagarta elasmo e rosca”, afirmou a entomologista da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, Lucia Vivan.

Em Primavera do Leste, 239 quilômetros de Cuiabá, quem plantou soja nas áreas de pivô (onde há irrigação) já registra ataques da lagarta elasmo e da falsa medideira, como explica o produtor rural Jair Guariento, membro do Sindicato Rural do município. Alguns produtores já efetuaram entre duas e três aplicações.

"Os ataques estão mais intensos. No ano passado não chegaram a duas as aplicações [de produtos]", disse o agricultor, ao G1.

No campo, o período também pode favorecer o aparecimento da lagarta Helicoverpa nos estágios iniciais da cultura, afirmam também os pesquisadores. Segundo Lucia Vivan, da Fundação MT, nesta etapa ela pode ser mais presente em áreas onde foram cultivadas algodão na safra passada.

“Mesmo o produtor que fez o tratamento de sementes corre riscos de perda de estande de lavouras devido ao clima seco, que faz com que se tenha maior pressão dessas pragas, onde acarretará maior morte de plantas”, apontou ainda pesquisadora.

Segundo Lucia Vivan, além do monitoramento das áreas, o uso de sementes tratadas é recomendado. “O controle após a detecção em específico das lagartas elasmo não é eficiente devido ao seu hábito de penetrar na região do colo, fazendo galerias no interior do colmo da planta, sendo difícil atingir o inseto. Por isso a importância de se monitorar a área antes do plantio e realizar o tratamento de sementes”, disse ainda a pesquisadora.

Helicoverpa

Em relação ao controle da lagarta Helicoverpa, o uso de produtos químicos pode ser prejudicado, alerta a pesquisadora. “No período mais seco eles apresentam eficiência devido a baixa umidade”.

Atraso

Nesta edição 2014/15 a semeadura da oleaginosa enfrenta atraso em função da baixa incidência de chuvas. Até a última semana eram 9,3% das áreas alcançados, patamar 18,06 pontos percentuais inferior ao registrado no igual período do ano passado.

Para esta mesma época de 2013 o cultivo já chegava a 27,39%, conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária. De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Ricardo Tomczyk, a lentidão já afetou a programação do agricultor. Plantio e colheita da cultura devem ficar concentrados no estado.

"Se as chuvas voltarem [ao normal] até o dia 25 o plantio vai ocorrer rapidamente e com força total por causa da janela, tentando ser encerrado até 15 de novembro. Aí criamos uma outra armadilha que é a colheita. Do mesmo jeito que você planta em uma janela estreita você terá uma janela estreita para colher", afirmou ao G1.

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