Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Estudo de viabilidade para a hidrovia Teles Pires-Tapajós inicia em 2013

23.11.2012
06:58
FONTE: Leandro J. Nascimento/G1 MT

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O Governo Federal estima emitir até fevereiro de 2013 a ordem de serviço para realização dos estudos de viabilidade técnica e econômica para a hidrovia Teles Pires-Tapajós, em Mato Grosso. O período coincide com o intervalo que os órgãos governamentais acreditam ser necessário para cumprir o ritual de julgamento de propostas das empresas que participam da licitação, a habilitação, análise técnica dos documentos, avaliação do menor preço, fase recursal e habilitação da vencedora do certame. No próximo dia 13 de dezembro, serão abertas as propostas dos EVTEAs.

Em Cuiabá, onde participou do Simpósio sobre Hidrovias, promovido pelo Movimento Pró-Logística, Paulo Roberto Godoy, coordenador de projetos da Diretoria de Infraestrutura Aquaviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), disse que só para este empreendimento estão previstos investimentos na ordem de R$ 15 milhões para formulação do estudo de viabilidade.

A Teles Pires-Tapajós compõe a lista de três projetos hidroviários previstos para Mato Grosso. À relação estão ainda a hidrovia Tocantins-Araguaia e a do Paraguai-Paraná, esta última favorecendo a ligação entre Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e países como a Bolívia, Argentina, Uruguai e Paraguai.

Segundo Paulo Roberto Godoy, somente para Mato Grosso a elaboração dos estudos técnicos para apontar a viabilidade técnica vão exigir R$ 30 milhões. Já para o Brasil, cujo total de empreendimentos hidroviários é de nove, estão previstos R$ 81 milhões no orçamento do Governo para o EVTEA. A estimativa é que em até 18 meses sejam concluídas as análises técnicas.

"Mato Grosso é um estado mediterrâneo e como está distante dos centros de exportação precisa rebaixar os custos de transportes. Os produtores são competentes, produzem a custos melhores que de outros países, mas perdem no momento do transportes", declarou o representante do Dnit.

Consideradas estratégicas pelas entidades do setor produtivo, as hidrovias em Mato Grosso vão favorecer o escoamento da produção agrícola e também fomentar a geração de renda em diferentes setores. Por mês, as perdas geradas pelo uso incorreto de modais para longas distâncias nesta unidade federada são calculadas em R$ 1,9 bilhão. Além disso, prevê-se um aumento na rentabilidade do produtor na ordem de R$ 10 por saca.

Atualmente, para escoar a safra agrícola de Sorriso, no médio norte do estado, até o porto de Santos (SP) em um trajeto rodoviário e ferroviário, o produtor rural tem gasto R$ 227,15/tonelada. Pela hidrovia, direcionando sua produção para o porto de Santarém (PA), o custo reduziria para R$ 60,12, apontam cálculos do Movimento Pró-Logística, formado pela união das entidades do setor produtivo mato-grossense.

Diretor-executivo do Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira faz um alerta. Assim como o Brasil, Mato Grosso corre o risco de enfrentar um apagão logístico pela falta de novas opções de modais para garantir o escoamento das safras agrícolas. Se a projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) se concretizar, o estado deve produzir acima de 41 milhões de toneladas de grãos. "Mato Grosso está estrangulado. Como iremos escoar nossa safra? As estradas estão saturadas, as ferrovias também", disse.

Já o representante do Dnit diz que a saída é centrar investimentos não apenas em um único modal. "Evidentemente que a hidrovia por si só não resolve o problema, existe uma logística de transporte e é essa logística que procuramos integrar", defendeu Paulo Roberto Godoy.

No Brasil as hidrovias respondem por 12,37% das operações de cargas e somente em 2011 movimentou 109,2 milhões de toneladas em produtos, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

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