Mato Grosso, 19 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Expansão da bioeconomia depende de regras claras, profissionais qualificados e incentivo à pesquisa

21.10.2014
15:59
FONTE: Assessoria

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A falta de segurança jurídica e de profissionais qualificados, aliada à burocracia e a leis complexas, prejudica o desenvolvimento da bioeconomia no Brasil. Os dados estão em pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que será apresentada na próxima quinta-feira, 23 de outubro, durante o 3° Fórum de Bioeconomia – políticas públicas e ambiente para inovação e negócios no Brasil –, no Hotel Grand Hayatt, em São Paulo. A iniciativa da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) busca avaliar possibilidades de o Brasil participar efetivamente da mais promissora fonte de negócios e ampliar os investimentos no setor.

A fim de fortalecer ações propositivas, por meio da criação de políticas públicas, a CNI encomendou uma pesquisa qualitativa para traçar o primeiro diagnóstico do cenário da bioeconomia no Brasil. Os entrevistados foram mapeados conforme áreas de atuação. O levantamento foi realizado com 100 representantes de empresas ligadas ao setor, 40 integrantes dos poderes Executivo e Legislativo federais, além de 20 acadêmicos.

Na avaliação de 78,8% dos entrevistados, não há segurança jurídica para o desenvolvimento da bioeconomia no país. Além disso, os respondentes apontam outros gargalos: 77,5% acreditam que as atuais linhas de apoio à pesquisa são insuficientes; 65,6% dizem que o marco regulatório é inadequado; e 55,6% afirmam que o Brasil não possui mão de obra qualificada.

De acordo com a pesquisa,  77% dos entrevistados destacam que o Brasil não está aproveitando o potencial que possui para o desenvolvimento da bioeconomia, embora 92% acreditem que o país pode se tornar referência na área em escala mundial. Já a biodiversidade brasileira – a maior do mundo – é apontada como principal vantagem.

INVESTIMENTOS PRIVADOS – Entre os cem representantes de indústrias ligadas ao setor, o otimismo referente ao potencial de crescimento aparece no volume de recursos em bioeconomia gastos e previstos. Nos últimos três anos, 53% disseram que houve incremento nos investimentos na área. E 51% esperam aumentar nos próximos três anos.

“A bioeconomia estabelece um novo patamar de desenvolvimento para enfrentar os desafios do mundo moderno, como escassez de água potável, produção de alimentos, mobilidade urbana, envelhecimento da população e mudanças climáticas. A principal vantagem da bioeconomia é produzir mais com menos matéria prima e insumos”, afirma Carlos Eduardo Abijaodi, diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI.

O termo bieconomia foi criado pelos professores Juan Enriquez e Rodrigo Martinez - fundadores da Harvard Business School Life Sciences Project. O conceito  analisa a forma como as ciências da vida, principalmente a genética, a biologia molecular e celular, transformam produtos, negócios e a indústria mundialmente. De acordo com a Organização de Cooperação de Desenvolvimento Econômico (OCDE), a expectativa é que a biotecnologia industrial movimente € 300 bilhões em 2030. Atualmente, o mercado maior é o de biocombustíveis, seguido do de bioquímicos e de bioplásticos.

O 3° Fórum de Bioeconomia contará com a presença de Gregory Stephanopoulos, professor de engenharia química do Massachusetts Institute of Technology (MIT-EUA); Bernardo Gradin, presidente da GranBio e representante da MEI/CNI; João Furtado, presidente-executivo da Associação Brasileira de Biotecnologia Industrial (ABBI); Fernando Reinach, sócio-gestor do Fundo Pitanga de Investimento; Roel Collier, representante do TPG Creative Capital (EUA).

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