O vento está a favor de empresas que produzem pás eólicas em Sorocaba, no interior de São Paulo. Segundo especialistas, esse é um dos poucos setores que não sentiu a crise econômica do país. Entre elas, uma multinacional com filiais na cidade e também no Ceará, expandiu o negócio e agora vende energia produzida por outros parques eólicos no sul e nordeste do Brasil.
A energia produzida é o suficiente para abastecer três milhões de pessoas, quase como o Estado do Rio de Janeiro. "Acho que o mercado ainda é um embrião, já que estamos talvez com 20 ou 30% da exploração do setor", afirma diz o gerente de Recursos Humanos Edilson Tomé.
Cada pá demora uma semana para ficar pronta e pesa 6,5 toneladas. Atualmente, 24 milhões de brasileiros são abastecidos com esse tipo de energia, o que equivale a 5% da produzida hoje no Brasil. A previsão é de que este número dobre nos próximos cinco anos.
Outra multinacional, uma das maiores fabricantes de equipamentos para a geração de energia eólica, produziu 3,9 mil mil pás em Sorocaba (SP) em 2015. Desse montante, 40% foram exportados para os Estados Unidos, Europa e Ásia. "A produção de uma pá eólica é iminentemente artesanal. O nível de automação na fabricação é muito baixo, por isso, temos muitas pessoas envolvidas na fabricação de uma só pá e o profissional tem que ser bem treinado", diz o presidente da Tecsis, Marcelo Soares.
O aperfeiçoamento do serviço é comemorado pelos funcionários, que aproveitam o bom momento do setor na economia. "Estou na empresa há dois anos. Comecei como auxiliar de produção, depois iniciei o curso de engenharia e consegui subir para auxiliar de engenharia e tenho a propensão de virar líder", ressalta o assistente de engenharia Gabriel Marin.
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