Mato Grosso, 29 de Março de 2024
Economia / Agronegócio

Fazendas tecnificadas diminuem riscos na pecuária, diz especialista

20.03.2015
10:16
FONTE: Assessoria

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O uso de tecnologias na propriedade rural pode aumentar a rendimento na pecuária de corte. A preocupação com o manejo dos animais e o treinamento dos funcionários pode reduzir as perdas na produtividade do rebanho e aumentar a renda do produtor. É o que explica o zootecnista Adriano Gomes Pascoa, um dos palestrantes do Acrimat em Ação 2015 - maior programa de transferência de conhecimentos para o desenvolvimento da pecuária de corte realizado em Mato Grosso. O evento, que irá percorrer 30 municípios do Estado, visa levar informação ao pecuarista e identificar as demandas do setor.

De acordo com Pascoa, a preocupação com o bem-estar vem crescendo dia a dia. “É muito difícil termos animais bem tratados com funcionários descontentes com o trabalho ou com os filhos doentes. Essa nova forma de pensar vem crescendo e mostrando que a fazenda pode ser lucrativa com igualdade de condições em relação a um trabalho urbano, observando as tipicidades do campo”, conta.

Conforme ele, muitas vezes os produtores se preocupam com questões como as perdas sofridas com a "faca" no frigorífico, com as "quebras" no rendimento de carcaça em diferentes épocas e com a perda de peso ao se levar os animais ao curral, mas se esquecem de acompanhar o abate e de ser preocupar com o ganho de peso dos animais e com a qualidade dos animais enviados ao gancho.

O zootecnista enfatiza que o controle é a melhor maneira de evitar perdas na produção. “Somente com um programa de gestão à vista, com medições regulares, conseguimos mostrar que os manejos corretos melhoram os ganhos e diminuem as perdas na propriedade”. Além disso, mostra que pesagens frequentes com o manejo correto diminuem a reatividade dos animais, diminuindo as contusões posteriormente no abate.

O professor, ainda aponta que na desmama racional, os bezerros ganham em média 130 gramas a mais ao dia do que a desmama tradicional abrupta (com separação da vaca e bezerro em pastos distantes). Outro exemplo, quando oferecido aos animais confinados mais espaço do que usualmente se usa (24 m² ao invés dos 12m² normalmente oferecido), há uma menor frequência de doenças respiratórias e maior ganho de peso (120 gramas/dia a mais). 

Acrimat em Ação
O Acrimat em Ação, promovido pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e que está em sua quinta edição consecutiva, pretende reunir 5,5 mil pessoas, entre pecuaristas e agentes da cadeia da pecuária de corte, mas também há um foco nos acadêmicos, especialmente em municípios em que a Acrimat possui parceria com as Universidades Públicas em outras ações que desenvolve. Em quatro anos, já foi registrada a participação de mais de 12 mil pessoas. A programação deste ano terá início no dia 20 de março, em Pontes e Lacerda (a 448 km de Cuiabá). Ao todo, serão visitados 30 municípios, em quatro rotas, e serão percorridos mais de 10 mil quilômetros.

Os participantes poderão conferir um conteúdo diferenciado com a palestra "Manejo pré-abate: como evitar perdas econômicas mantendo o bem-estar animal”, que será conduzida pelos professores Adriano Gomes Páscoa (Rota 01), Mateus José Rodrigues Paranhos da Costa (Rota 02) e Roberto de Oliveira Roça (Rotas 03 e 04).

O presidente da Associação, José João Bernardes, destaca que o Acrimat em Ação contribui para manter o pecuarista atualizado no que se refere a produção de carne. “A participação dos produtores nas edições anteriores mostra que o evento contribui para o setor, promovendo intensiva transferência de informações aos participantes”. Conforme ele, as demandas registradas durante os encontros servem para traçar medidas que promovam o desenvolvimento sustentável da cadeia da carne em Mato Grosso.

O consultor da Acrimat, responsável pela coordenação do evento, economista Amado de Oliveira Filho, destaca que além de levar informações aos pecuaristas, o Acrimat em Ação promove a integração dos participantes com e a troca de experiências. Sobre a programação, ele explica que a intenção é oferecer um conteúdo abrangente, com conteúdo diferenciado. “Iremos mostrar os resultados do projeto “Na Medida” realizado pela Acrimat em parceria com a Unesp de Botucatu e a UFMT Campus de Sinop, que avaliou os impactos de manejo na propriedade, no transporte nos currais dos frigoríficos e nos procedimentos de abate”.

Rotas
O Acrimat em Ação 2015 vem novamente dividido em quatro rotas, passando por 30 municípios e contemplando todas as regiões produtoras. A Rota 01 percorre, entre 20 e 30 de março, os municípios de Pontes e Lacerda (20), Nova Lacerda (21), Vila Bela S. Trindade (23), Araputanga (24), Porto Esperidião (25), Cáceres (26), São José dos Quatro Marcos (27) e Poconé (30).

A Rota 02 visita do dia 09 a 20 de abril as cidades: Brasnorte (09), Tabaporã (10), Juara (11), Aripuanã (13), Colniza (14), Cotriguaçu (15), Juruena (16), Castanheira (17) e Juína.

Na Rota 03, a programação segue entre os dias 28 de abril e 04 de maio nos municípios de Vila Rica (28), Cocalinho (29), Água Boa (30), Barra do Garças (02 de maio) e Rondonópolis (04 de maio).

Por fim, a Rota 04 irá visitar os seguintes municípios entre os dias 12 e 21 de maio: Nova Bandeirantes (12), Nova Monte Verde (13), Apiacás (14), Alta Floresta (16), Guarantã do Norte (18), Marcelândia (19), Sinop (20) e São José do Rio Claro (21). O encerramento do Acrimat em Ação 2015 será realizado em Cuiabá, no dia 25 de maio.

Pecuária mato-grossense em números
Mato Grosso possui o maior rebanho bovino comercial do país, com 28,4 milhões de animais. Uma das principais características é com relação à qualidade da produção e a sanidade do rebanho, que há 18 anos não registra nenhum caso de Febre Aftosa e o índice de vacinação supera a 99%.

A pecuária extensiva contribui fortemente na produção e produtividade de carne bovina e para os ciclos de criação de animais realizados no Estado, a Cria (bezerros), Recria (engorda de bezerros) e Engorda (terminação do animal para o abate). Porém, nos últimos anos, os investimentos em tecnologias para atender ao mercado têm feito com que estratégias de terminação como o semi-confinamento e o confinamento e a utilização de inseminação artificial para melhoria genética aumentem no Estado.

Entre os anos de 2007 e 2014, por exemplo, o número de animais confinados saltou de 426,5 mil para 636,6 mil, alta de 49,27% em sete anos. Esta evolução também permitiu a ampliação nas exportações. Atualmente Mato Grosso é o maior segundo exportador e em 2014 embarcou o equivalente a US$ 1,205 bilhão em carne bovina.

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