Mato Grosso, 19 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Floresta pode ajudar no controle da cigarrinha em pastos de MT, diz estudo

24.11.2014
15:13
FONTE: G1

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  • Estudo foi feito em propriedades da região de Cotriguaçu (MT).
A manutenção da floresta em pastagens na Amazônia pode ser a resposta para o controle de pragas, como a cigarrinha-das-pastagens, e solução para as perdas econômicas associadas à diminuição da produtividade na pecuária. A constatação foi feita por um estudo intitulado “O efeito da proximidade da floresta no controle biológico de pastagens no Nordeste de Mato Grosso: uma análise econômica para políticas de uso do solo”.

As infestações de cigarrinha-das-pastagens (Deois flavopicta) têm sido frequentes em propriedades rurais do Noroeste de Mato Grosso e o estudo estima que os prejuízos podem chegar a R$1.223 por hectare/ano, considerando os custos associados ao controle da praga e redução da produtividade.

Buscando alternativas para este cenário, pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), do Instituto Norueguês de Pesquisas da Natureza (NINA, na sigla em inglês) e da organização não-governamental Instituto Centro de Vida (ICV) analisaram um novo fator, antes não considerado: o impacto que a presença de floresta tem no controle da praga.

No estudo, os pesquisadores descobriram que a presença de manchas florestais nos pastos (maiores que 50m), a forma como essas manchas estão dispostas e sua localização estão relacionadas com o nível de infestação das cigarrinhas. Isso porque a floresta abriga inimigos naturais da praga e, ao manter seu habitat natural, pássaros e anfíbios fariam o controle eficiente do inseto. Segundo o documento, o valor do controle biológico, inclusive, poderia superar a receita líquida da pecuária em alguns casos.

O trabalho foi realizado por meio do projeto PolicyMix, que reúne instituições de pesquisa brasileiras e internacionais na formulação de ações que unam geração de renda com conservação. O estudo é fruto de três anos de trabalho conjunto entre academia, terceiro setor e comunidades locais no município de Cotriguaçu e apresenta propostas concretas às populações afetadas e diretrizes para a criação de políticas que possam ser utilizadas por autoridades locais para combater o problema.

Os resultados do trabalho foram apresentados pela primeira vez em meados de outubro para as comunidades locais, gestores e formadores de opinião de Cotriguaçu.

Projeto

PoliciMix é um projeto nascido no âmbito da União Europeia (UE) que envolve instituições de seis países da Europa e América Latina e tem como objetivo principal alcançar as metas estabelecidas pela UE de reversão das tendências de perda da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos.

O projeto envolve sete estudos de caso, dois deles realizados nos estados brasileiros de São Paulo e Mato Grosso. Entre as instituições envolvidas diretamente nos estudos apresentados no estado do Centro-Oeste do país estão a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Rede de Desenvolvimento Estudo e Sociedade (REDES), Fundação Getúlio Vargas, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto Centro de Vida (ICV) e o Instituto Internacional para o Meio Ambiente de Desenvolvimento, do Reino Unido.

Em execução desde 2010, PolicyMix chega em sua etapa final em 2014: a formatação e disseminação dos resultados encontrados.

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