Mato Grosso, 20 de Maio de 2024
Economia / Agronegócio

Governo pretende tirar hidrovia entre Teles Pires e Tapajós do papel

28.09.2012
14:45
FONTE: TERRA

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​O Ministério dos Transportes adiou o prazo, para ajustar o edital, mas deve lançar em breve a licitação para o estudo das viabilidades técnica, econômica e ambiental da hidrovia pelos rios Teles Pires e Tapajós, no Pará. O trecho tem grande potencial para escoar a produção de grãos do Mato Grosso até o oceano, nos diversos portos do norte do País.
 
De acordo com estimativas de especialistas, a hidrovia poderia reduzir os custos logísticos em até R$ 2 bilhões anuais, dependendo da produção. A última safra do estado foi de 40 milhões de toneladas de soja e milho, principalmente, cerca de 25% do total nacional, carregada na maior parte por rodovia até os portos do sudeste. Há também a opção ferroviária, menos utilizada.
 
Os estudos – que devem custar R$ 14 milhões – vão determinar a viabilidade da hidrovia e estimar o montante de investimento para implementar a navegação, detalhando obstáculos do rio, como calado, rochas e trechos arenosos. A intenção é tornar navegáveis mais de mil quilômetros, até o porto de Santarém.
 
A Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja) estima que o custo de transporte de uma tonelada de soja cairia de R$ 227 para R$ 60 com a hidrovia. “Além de emitir 95% menos CO2, um comboio rebocador transporta o equivalente a 1.050 caminhões e tem um aspecto social importante: um estudo americano, no Rio Mississipi, estimou que para cada morte em hidrovia, 155 ocorrem nas rodovias americanas, sendo que eles possuem uma estrutura muito melhor”, afirma Carlos Fávaro, presidente da entidade.
 
O edital está sob responsabilidade da Companhia Docas do Maranhão, e o trecho fica sob jurisdição da Administração das Hidrovias da Amazônia Oriental (Ahimor). Segundo o superintendente da entidade, Albertino de Oliveira e Silva, é uma região de difícil acesso, onde o rio é bastante acidentado, e os estudos devem durar de 90 a 120 dias, dependendo das condições. “A efetivação da hidrovia no trecho depende de soluções de engenharia, há grandes quedas d’água, declives acentuados, tudo isso vai decorrer do estudo, para sabermos o impacto ambiental das correções que são necessárias para realizar a hidrovia”, explica.
 
O presidente da Aprosoja ressalta a importância da hidrovia para toda a cadeia logística nacional. “Podemos exercer o potencial dos portos do arco norte, como São Luiz, no Maranhão, Vila do Conde, no Pará, Santana e Santarém, no Pará, e Itacoatiara, no Amazonas. Além disso, vamos dar mais competitividade aos exportadores do sul e do sudeste, desafogando os portos daquela região”, lembra Fávaro. 

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