Um muro de cerca de 400 metros na Radial Leste, em São Paulo, recebeu murais de 48 artistas em uma ação patrocinada pela fabricante de tintas Coral, em parceria com a Subprefeitura da Sé. As obras foram pintadas pelo grupo Artépolis, coordenado pelo artista Maxx Figueiredo.
As pinturas começaram a ser feitas no final de agosto. Os trabalhos foram feitos de madrugada, com interdição uma da avenida das 22h às 4h30.
A empresa diz que forneceu mais de 630 litros de tinta para o trabalho, além de equipamentos de proteção individual e roupas apropriadas para pintura. A subprefeitura da Sé afirma que arcou apenas com o custo operacional do trabalho, disponibilizando escadas e autorizando a interdição de pistas da via, com a presença de agentes da CET.
O gerente de marketing institucional da companhia, Marcelo Abreu, afirma que o objetivo da ação é "despertar o desejo e o interesse da população pela conservação e pelo embelezamento de seus riquíssimos patrimônios históricos, artísticos e culturais".
Histórico do muro
O muro foi pintado parcialmente em junho em uma ação de limpeza da prefeitura. Antes, havia algumas intervenções de outros artistas. A Subprefeitura da Sé explica que elas foram cobertas porque havia pichações sobre as pinturas. Na mesma época, também foi apagado um mural do artista Nunca, repintado em seguida. A prefeitura explicou que uma equipe de manutenção havia coberto o painel por engano, em um cometido por boa fé pelas equipes de zeladoria.
O muro repintado pelos artistas da Artépolis fica próximo a esse painel. Depois da ação de limpeza da prefeitura, Maxx Figueiredo teve a ideia de reunir o grupo de artistas para repintar o local, atraído pelo tamanho do muro. “Eu queria um espaço que fosse representativo na cidade, e escolhi aquele pela dimensão”, diz. O artista conta que levou à proposta para a Subprefeitura da Sé e, com a aprovação em mãos, obteve o apoio da Coral para o fornecimento de material.
O tema das pinturas era livre. “O que eu busco para esse projeto é gerar uma consciência e tentar transformar aquilo que a prefeitura entende como cinza em cor. Onde eles insistem em manter o cinza, sempre vai haver cultura espontânea. Uma vez que haja um projeto, fica muito melhor”, diz Figueiredo.