Tratamento do peixe é muito difícil. Portanto, prevenir é sempre o melhor remédio. Com base nessa premissa, o biólogo Marcos Tavares, da Embrapa Amapá, destaca os principais cuidados que os produtores devem ter para evitar a disseminação de bactérias e parasitos que podem contaminar uma piscicultura e comprometer o desempenho do empreendimento.
Durante sua palestra no Seminário Técnico de Peixes Nativos, de 16 a 18/10, no Centro de Eventos do Pantanal, ele destacou a importância dos piscicultores dedicarem toda atenção ao manejo. “Manter boas condições de cultivo e manejo, tais como boa qualidade da água e densidade de estoque, são aspectos que precisam ser observados”, salienta, acrescentando que alguns parasitos se multiplicam mais rapidamente em águas de péssima qualidade, mais frias e quando há grande quantidade de peixes.
Segundo ele, é preciso, primeiramente, buscar alevinos de qualidade, com alta resistência a doenças. Outro ponto é com relação à alimentação, que não pode ser deficiente, nem em quantidade, nem qualidade.
Outra orientação é com relação às espécies escolhidas. “Não se deve manter em um mesmo tanque peixes de diferentes tamanhos e de espécies que não sejam compatíveis, como por exemplo, tambaqui com pintado. E é preciso ter cuidado com a fonte de abastecimento de água para evitar contaminação a partir da entrada de outros peixes no tanque”, ressalta.
Em Mato Grosso, especificamente, há que se ter, segundo ele, cuidados com agrotóxicos nas regiões onde existem lavouras, “a contaminação pode levar à morte dos lotes de peixes”.
Marcos Tavares enfatiza que no Brasil um dos grandes problemas é com sanidade. “O Estado não fiscaliza e os produtores não têm conhecimento. Não existe barreira sanitária e os técnicos não estão capacitados para atacar doenças na piscicultura”, diz. Ele é um dos 9 especialistas em sanidade de peixes de todo o Brasil.
A Feira Nacional de Peixes Nativos de Água Doce é uma realização do Sebrae com patrocínio do Senar Mato Grosso e apoio da Aquamat e Senac.
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