Mato Grosso, 27 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

História do cavalo mangalarga passa por uma estrada real de MG

03.03.2014
05:22
FONTE: G1

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Os primeiros cavalos chegaram ao Brasil na época do descobrimento, mas só por volta de 1800, animais de elite começaram a ser mandados para cá e foi aí o início da formação dos mangalargas e da miniatura deles: o piquira.

A Fazenda Bom Destino, no município de Rio Novo, perto de Juiz de Fora, Minas Gerais, é um dos raros criatórios onde ainda se encontra tropa de piquira.

A raça deu uma esfriada, ultimamente, como explica Carlos Oscar Niemeyer, neto do arquiteto que ajudou a criar Brasília.

A lida na fazenda, que cria gado guzerá, é feita com o piquira. Ele é ágil, bom de manobra, cumpre o serviço como um cavalo grande faz.

A palavra piquira vem do tupi e quer dizer 'pequeno'. Ele é menor que um jumento pêga e maior que o pônei europeu. Tem o tamanho perfeito para o ensino da equitação infantil.

A belga Françoise Denis, que montou escolinha para crianças tanto na Hípica de São Paulo, como do Rio de Janeiro, não precisou importar mais pôneis depois que conheceu o piquira. O animal se presta tanto à equitação básica, como a avançada, inclusive, é bom de salto.

Carlos Oscar explica que o piquira se originou de vários cruzamentos desordenados. Os fazendeiros foram selecionando os de menor porte até formar a raça. O padrão de altura, na média, é de um 1,20 m, ele tem a frente leve, é bem aprumado e de angulações proporcionais.

Junqueira

Um marchador que deveria ser chamado de cavalo Junqueira, acabou ganhando o nome de mangalarga, derivando-se para duas raças. Esta história começa em 1750.

O roteiro segue a Estrada Real, uma série de caminhos abertos ainda no tempo da exploração do ouro. No município de Cruzília, 263 anos atrás, um empreendedor português, de nome João Francisco Junqueira, conseguiu da Coroa uma imensa faixa de terras. Ali ele plantava, criava gado e cavalos.

Como não havia cavalos nas Américas, os colonizadores foram trazendo tropas da Europa a cada viagem de caravela. Os espanhóis espalharam cavalos na região onde fica hoje a Argentina, o Uruguai e o Sul do Brasil. Os portugueses levaram para São Paulo, Rio de Janeiro e todo o Nordeste. Os holandeses para Pernambuco. Os franceses também trouxeram e esses animais foram se espalhando de modo que, em meados do século 18, já era intenso o comércio de tropas no país.

O que o pioneiro Junqueira fez foi aprimorar o negócio contando com tropas marchadoras já selecionadas, como a eguada da fazenda Angahy, uma linhagem agora com mais de 300 anos.

A sede da Angahy, de 1731, ainda está de pé. Ali morava a família Meirelles, que aos poucos foi se casando com os Junqueira, misturando sangue, terras e cavalos.

Quem passa por Cruzília hoje se impressiona com a quantidade de criatórios de cavalos que a região tem: são mais de 200 em um raio de 100 quilômetros.

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