A ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, afirmou nesta terça-feira (15) que o corte no orçamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deste ano, de R$ 2,1 bilhões para R$ 1,8 bilhão, não inviabiliza a realização de pesquisas e negou, também, interferência política no órgão.
"O IBGE tem plena e completa autonomia para tomar decisões acerca das pesquisas que realiza. A PNAD contíinua é fruto de anos de trabalho. A PNAD contínua é do governo e do Estado brasileiro. Foi pensada, previu etapas de implementação e o IBGE se planejou em função destas etapas", declarou a ministra Miriam Belchior.
Ela acrescentou que está sendo criado um grupo de trabalho no IBGE para discutir se é possível, ou não, compatibilizar todas as tarefas do órgão e saber efetivamente o que é possível fazer.
Na semana passada, a diretora de Pesquisa IBGE, Marcia Quintslr, pediu exoneração por ter discordado da decisão de suspender, até janeiro de 2015, a divulgação dos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
A suspensão da pesquisa foi motivada por um pedido dos senadores Gleise Hoffman do PT do Paraná, ex-Ministra da Casa Civil, e Armando Monteiro, do PTB de Pernambuco, que questionaram a metodologia da renda per capita calculada pela PNAD Contínua. Hoje, a pesquisa traz informações sobre emprego, mas, no futuro, vai tratar também de condições de moradia, educação e renda.
A renda per capita domiciliar é uma informação importante para os estados, uma vez que lei complementarm que entra em vigor em 2016m determina que este dado vai servir para calcular a divisão do Fundo de Participação dos Estados (FPE) - recursos destinados aos estados com o objetivo de melhorar a distribuição de renda no país.
Nesta terça-feira, a crise no IBGE se agravou pois técnicos do órgão diretamente ligados à pesquisa assinaram um manifesto público criticando a decisão. No comunicado, eles garantem precisão dos dados e afirmam não haver motivos para a interrupção.
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