Depois de estourar o teto da meta de 6,5% neste ano, algo que não acontece desde 2003, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve somar 5,4% no ano que vem, segundo estimativa que consta na proposta de orçamento de 2016, enviada nesta segunda-feira (31) pelo governo ao Congresso Nacional.
A equipe econômica tem informado que trabalha com estimativas do mercado financeiro para os indicadores da economia – como Produto Interno Bruto e inflação – para conferir mais credibilidade à peça orçamentária e possibilitar projeções mais acuradas para as receitas e despesas, que também são estimadas com base nestes indicadores.
Pelo sistema de metas de inflação vigente na economia brasileira, o BC tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. Para 2015 e 2016, a meta central de inflação é de 4,5%, mas o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência, pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
A previsão do governo de % para o IPCA do ano que vem, que consta na peça orçamentária enviada nesta segunda-feira ao Congresso Nacional, está acima do objetivo do Banco Central - que é de atingir o centro da meta de 4,5% no ano que vem.
Esse objetivo foi reiterado pela autoridade monetária por várias vezes nos últimos meses. Para tentar atingir a meta central no ano que vem, o BC subiu os juros básicos da economia por sete vezes consecutivas, desde outubro do ano passado, para 14,25% ao ano – o maior patamar em nove anos.
Com uma taxa mais alta de juros, o Banco Central tenta controlar o crédito e o consumo, atuando assim para segurar a inflação, que tem mostrado resistência neste ano. Por outro lado, ao tornar o crédito e o investimento mais caros, os juros elevados prejudicam o nível de atividade da economia brasileira e, também, a geração de empregos.