Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Integração lavoura-pecuária garante bons resultados no Oeste de MT

19.10.2014
07:49
FONTE: G1

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Produtores de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, região Oeste de Mato Grosso, têm observado os benefícios que a integração lavoura-pecuária tem trazido não somente com o aumento da produção, mas também com as melhorias gradativas na qualidade do solo.

Um dos benefícios também observado por José Delcaro, em sua propriedade foi a pastagem verde durante a entressafra. Há três anos, ele integra o cultivo agrícola com a criação de gado no Sistema “Santa Fé”, consorciando milho e Brachiaria ruziziensis, o que fornece capim no período seco para 1,4 mil cabeças de gado e que agora estão em confinamento.

O produtor explica que são feitas duas colheitas de milho: no início do plantio das primeiras chuvas, em outubro, e no final de janeiro ao início de fevereiro, que é colhido para fazer a silagem. “A segunda eu planto de imediato, só que eu já planto com capim, porque eu colho o milho e já fica o capim. Assim que você retira o milho com trinta dias, está um pasto verde, mesmo no período da seca”, conta Delcaro.
Além da forrageira fornecer alimento adequado na entressafra ao rebanho, depois da colheita do milho a palhada ajuda a proteger o solo contra a erosão.

 Em Campo Novo do Parecis, o sistema tornou-se também uma aposta na propriedade do produtor e engenheiro agrônomo Rogério Arioli. Segundo ele, nos talhões plantados com milho e braquiária, a produtividade aumentou 10%. A produtividade de soja esperada para esta safra é de 60 sacas por hectare, sendo que a fertilidade do solo também é beneficiada pelo cultivo múltiplo.

Ele diz que a braquiária tem a possibilidade, por meio desse sistema radicular, de trazer novamente para a solução do solo o fósforo que não é assimilável pelas plantas de soja e milho. No plantio direto, a adição de palha por hectare é de pelo menos 15 toneladas ao ano. A integração consegue incorporar quase o dobro disso. “Em três anos, tivemos a melhor produtividade na fazenda em cima das áreas de braquiária e em função, logicamente, de todos esses benefícios que a braquiária traz para o sistema”, comenta.

A área com integração traz um ganho extra por hectare. O faturamento chega a R$ 600 a mais por hectare com a produção de carne, pois o gado chega a ganhar 500 gramas por dia. O ataque de pragas e das aplicações de agrotóxicos diminuem e o gasto com herbicidas é menor. A intenção agora é aumentar a área cultivada com milho e braquiária de duzentos para seiscentos hectares.

A fazenda ainda faz a rotatividade das pastagens a cada três anos. Em uma área, o pasto dará lugar à soja no próximo ano. “Dividimos a fazenda no sistema modular, onde a pastagem fica três anos e dá lugar para a implantação de culturas anuais, com o objetivo das culturas anuais melhorarem quimicamente essas áreas. Com isso, não temos tido a necessidade de aplicar nitrogênio nas pastagens por enquanto”, afirma Arioli.

A expectativa do produtor é de que os ganhos materiais e ambientais permaneçam a longo prazo. “Não temos nem como mensurar economicamente a melhoria dos nossos solos à medida que o tempo passa, incorporando matéria orgânica e dando condições para a microfauna do solo se desenvolvendo melhor e com isso disponibilizando nutrientes, aumentando o teor de matéria orgânica e levando solo novamente a um equilíbrio”, relata.

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