Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Investimento em 'fintechs' cresce 19% na América Latina, diz estudo

19.10.2016
11:59
FONTE: G1

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  • Fintechs são startups que oferecem serviços financeiros.
O fenômeno das fintechs, as startups que oferecem serviços financeiros, também está atraindo investidores na América Latina. O volume de investimentos nas empresas somou US$ 386 milhões no ano passado, 19% acima do valor registrado em 2014, aponta estudo da consultoria Mckinsey.

Ao todo, 217 fintechs latinas receberam investimento em 2015. Além de fundos de venture capital, que tradicionalmente financiam as startups, essas companhias têm recebido investimento dos próprios bancos.

O estudo da Mckinsey identificou 352 startups de tecnologia financeira na América Latina. Destas, 170 estão no Brasil. A maioria delas oferece soluções de pagamento e focadas no varejo bancário.

"O crescimento das fintechs é um fenômeno global puxado por novas necessidades dos clientes nos serviços financeiros. Eles querem acessar serviços financeiros pelo celular e ter uma comunicação mais fácil com as instituições financeiras", afirmou o sócio da Mckinsey, Yran Dias.

O espanhol Sergio Furio deixou a carreira no mercado financeiro em Nova York para fundar uma fintech no Brasil, o Bank Fácil. "Eu namorava uma brasileira e quando ela me contou quanto era o juro dos empréstimos pessoais no Brasil achei que existia uma oportunidade para oferecer um novo serviço com taxas menores", disse.

O Bank Fácil oferece uma linha de crédito pouco comum no Brasil, o chamado empréstimo pessoal com garantias. O cliente consegue pagar juros a partir de 1,05% ao mês no empréstimo pessoal oferecido pelo Bank Fácil, mas precisa deixar o carro ou o imóvel como garantia. Nos bancos tradicionais, a taxa média do financiamento pessoal é de 7,05%, segundo dados da Procon-SP.

Toda a operação é feita pela internet e um engenheiro vai até a casa do cliente para fazer a avaliação do seu imóvel ou carro. O Bank Fácil é responsável pela originação de crédito, quando capta o cliente para o banco. Mas o fechamento da operação deve ser feito por uma empresa parceira, registrada no Banco Central. Os principais parceiros são  bancos médios e empresas hipotecárias, como Banco Pan e as financeiras Barigui e a BV. Os recursos para emprestar para o cliente, portanto, não vem da fintech, mas dos bancos parceiros. Em 2015, o volume total de empréstimos fechados por meio do Bank Fácil somou cerca de R$ 100 milhões.

A maioria das fintechs não tem “funding” próprio, ou seja, capital para conceder crédito aos clientes. De acordo com a Mckinsey, das 352 fintechs analisadas na América Latina, apenas 35 tem recursos acima de US$ 2 milhões na sua carteira. Outras 60 têm menos de US$ 2 milhões e há 257 companhias que não tem recursos próprios para oferecer aos clientes.

"Existe uma corrida das fintechs para ganhar escala. E, ao mesmo tempo, há um movimento dos bancos tentando inovar mais rápido, muitas vezes em parceria com as fintechs", disse Dias. "Acho que as fintechs são mais uma oportunidade do que uma ameaça para os bancos", conclui.

Grandes bancos
Os grandes bancos brasileiros já estão definindo suas estratégias para encarar o movimento das fintechs. O Bradesco criou o programa “Inovabra”, que seleciona startups para receber uma espécie de mentoria do banco. No fim do projeto, elas poderão ser fornecedoras do Bradesco e até mesmo receber um investimento do banco. As inscrições para a terceira edição do programa abrem nesta quinta-feira (20).

“Queremos acelerar o desenvolvimento de produtos e serviços para o banco. E um dos caminhos é buscar a inovação fora de casa”, disse o diretor de pesquisa e inovação do Bradesco, Marcelo Frontini Ele lembra que, no passado, todo o desenvolvimento tecnológico dos bancos era interno, uma solução que nem sempre é a mais rápida.

Segundo ele, o Bradesco está testando soluções das empresas que participaram do InovaBra, mas ainda não há produtos lançados para o consumidor final. Um dos produtos em teste é uma solução da fintech Ewally para transferências de dinheiro para população não bancarizada. O banco já constituiu um fundo de venture capital, o InovaBra Venture, com R$ 100 milhões para investir em startups, mas, até o momento, não fechou nenhum negócio.

O Santander também tem um fundo para investir em fintechs no mundo todo. O banco faz competições entre empresas no mundo todo para identificar companhias que interessem ao banco. “O Santander é um banco muito ativo no mercado de internet e investe em inovação e nas fintechs, sempre alinhado com a regulamentação bancária e com nossa política de riscos”, disse o diretor da plataforma multicanal do Santander Brasil, Cassius Schymura.

No Brasil, o Santander comprou este ano 100% do SuperBank, empresa que oferece a ContaSuper, uma conta 100% digital, com abertura e serviços simplificados.  O banco também é um dos sócios do site Webmotors, um classificado de veículos, e do portal Universia, focado no público universitário.

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