Mato Grosso, 28 de Março de 2024
Economia / Agronegócio

Justiça manda liberar estradas em 11 estados, mas 6 ainda têm bloqueios

25.02.2015
22:35
FONTE: G1

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O governo conseguiu na Justiça a liberação das rodovias federais em 11 estados. Porém, até as 20h desta quarta-feira (25), os caminhoneiros mantinham bloqueios em seis deles. 

As decisões judiciais, divulgadas entre esta terça e quarta-feira, impedem os motoristas de fecharem todas as rodovias federais de Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo e Ceará, e em 14 municípios de outros cinco estados – Paraná, Goiás, Tocantins, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Até a noite desta quarta, ainda havia registro de bloqueios em Ceará, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Os juízes fixaram multas que variam de R$ 1 mil a R$ 50 mil para cada hora que os manifestantes se recusarem a liberar as pistas.

Como as decisões se referem apenas às rodovias federais, em alguns estados, principalmente no sul do país, os caminhoneiros têm mantido fechados trechos de estradas estaduais. Os bloqueios afetaram o abastecimento em algumas regiões, além de inviabilizar a produção de setores como laticínios e carros.

A categoria protesta contra o aumento do preço do litro do óleo diesel e o valor pago pelos frentes, que considera baixo. O governo já adiantou que não vai voltar atrás no reajuste do combustível. 

Negociação
Para chegar a um acordo com a categoria, o governo se comprometeu a sancionar sem vetos a Lei dos Caminhoneiros, aprovada pela Câmara no dia 11, e a não reajustar o preço do deisel nos próximos seis meses.

O anúncio foi feito pelo secretário-geral da Presidência, ministro Miguel Rossetto, após reunião com os representantes dos caminhoneiros nesta tarde em Brasília. O ministro disse ainda que empresários e motoristas elaborarão uma tabela para definir os preços do frete.

Em contrapartida, o governo exige a liberação imediata de todas as estradas com bloqueio no país. Em uma semana de mobilização nacional, já foram registradas paralisações de caminhoneiros em 14 estados. 

VEJA COMO ESTAVA SITUAÇÃO EM CADA ESTADO ÀS 20h:

SC
No oitavo dia de paralisação dos caminhoneiros em Santa Catarina há pelo menos 20 trechos de rodovias federais e 12 trechos de estradas estaduais fechados, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Militar Rodoviária (PMR).
Os caminhões ficam trancados nos bloqueios, e o transporte de cargas em Santa Catarina está afetado.
Cirurgias foram canceladas em dois hospitais do oeste do estado por falta de medicamentos, que não chegaram devido à falta de transporte. Segundo o Sindicato dos Postos de Chapecó, também no oeste, falta gasolina em 90% dos postos de combustíveis da região. A coleta de leite foi suspensa e algumas indústrias pararam a produção.

PR
Na tarde desta quarta-feira, a Justiça Federal proibiu a interdição de todas as estradas federais na região de Curitiba. 
Um dos estados mais afetados pela paralisação dos caminhoneiros, o Paraná tem trânsito complicado nas principais estradas nesta quarta-feira (25) por causa dos protestos de caminhoneiros. No fim da manhã, havia bloqueios em mais de 50 trechos de 30 rodovias.

Com os veículos parados nas estradas, os protestos começam a refletir em vários setores da economia do estado. Nos postos de combustíveis no sudoeste e no norte, por exemplo, quase não há gasolina. E os que ainda têm alguma quantidade no reservatório cobram preços muito acima do normal. Na terça, os motoristas tiveram que enfrentar filas para abastecer.

Sem alternativas de desvio para seguir viagem, cargas de alimentos e insumos estão estragando em vários pontos de bloqueio nas estradas do sul do país. Fornecedores de frutas reclamam ainda das perdas com saques de cargas nas barreiras.

A operação do porto de Paranaguá, principal terminal de exportação de produtos agrícolas do país, também é prejudicada por causa dos protestos.
No oeste e no sudoeste do Paraná, indústrias suspenderam a coleta de leite e o abate de aves.

MG
A Polícia Rodoviária Federal (PRF)  cumpriu, nesta quarta-feira, a determinação da Justiça Federal de Minas Gerais para liberação de todas as rodovias federais que cortam o estado.

Porém, ainda há bloqueios parciais na MG-050, na altura do km 142, em Divinópolis, e no km 86, em Itaúna.

Os protestos dos caminhoneiros nesta semana afetaram a produção de veículos na Fiat. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, devido à falta de peças que não foram entregues, não é possível retomar a produção, e turnos foram suspensos.

A paralisação no Centro-Oeste de Minas provocaram reflexos nos postos de combustíveis. Em Oliveira, pelo menos três já confirmaram que estão fechados e outros têm quantidade mínima para abastecimento.

No Triângulo Mineiro, um alarde por parte da população levou moradores de Rio Paranaíba e São Gotardo, a formarem filas nos postos de combustíveis. Nesta quarta-feira, chegou a faltar combustível em estabelecimentos dos dois municípios.

CE
No Ceará, o protesto se concentra na BR-116, onde um caminhoneiro foi preso ao tentar furar o bloqueio. Na tarde desta quarta-feira, a Justiça Federal determinou  que os caminhoneiros desobstruam as rodovias federais do estado imediatamente.

Caminhões fecham a via desde terça-feira,  nos dois sentidos, a partir do km 15, na Região Metropolitana em Fortaleza. Apenas veículos pequenos, de emergência e caminhões com carga viva podem passar.

O protesto causou congestionamento pela manhã no município do Eusébio, Região Metropolitana de Fortaleza. O trecho é um dos principais acessos à capital cearense e com intensa movimentação de cargas, já que a rodovia liga o Ceará ao Rio Grande do Sul.

RS
Pelo terceiro dia consecutivo, caminhoneiros bloqueiam rodovias estaduais e federais no Rio Grande do Sul. Há mais de 60 trechos bloqueados em 32 estradas nesta quarta-feira (25), segundo as polícias rodoviárias.

Um dos pontos mais críticos se concentra no km 22 da BR-101, em Três Cachoeiras, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Centenas de motoristas restringem o tráfego de veículos de carga nos dois sentidos da rodovia. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, são mais de mil caminhões parados na estrada ou estacionados em ruas da cidade.

A paralisação dos caminhoneiros já afeta diversos setores produtivos no estado. Indústrias de laticínios e frigoríficos, por exemplo, estão com produção reduzida por falta de matéria-prima e já contabilizam prejuízos. Caso a circulação de mercadorias não seja normalizada, os supermercados afirmam que podem faltar produtos nas prateleiras.

Se o bloqueio continuar, em um ou dois dias faltará leite no mercado, estima o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do estado (Sindilat-RS). O maior frigorífico de suínos do estado suspendeu as atividades nesta manhã e 3 mil animais deixarão de ser abatidos.

MT
Pela manhã, ao menos dez trechos das BRs 364, 163 e 070, em Mato Grosso, continuavam bloqueados.
Há interdições em Rondonópolis, Cuiabá, Diamantino, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop e Primavera do Leste.

Os caminhoneiros tentam impedir, há quase uma semana, que os veículos de cargas façam o escoamento da produção agrícola.

Os caminhões com combustíveis seguem presos em bloqueios e, nesta quarta-feira, postos de combustíveis amanheceram fechados em cidades do norte do estado.

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