O desmatamento na Amazônia voltou a crescer no ano passado e muitos proprietários de terra buscam brechas na lei ambiental para derrubar a floresta. Em São Félix do Xingu, no Pará, empresários e até o prefeito são investigados. O município está na lista negra do Ministério do Meio Ambiente.
São Félix do Xingu é o município com o maior rebanho bovino do país. São 20 bois para cada habitante e a pressão pela abertura de pastos é grande porque a arroba do boi gordo subiu bem nos últimos quatro anos.
Carlos de Morais, comprador de gado, diz que a proibição dos frigoríficos comprarem bois de pastos ilegais é facilmente burlada. Em um dos esquemas, o pecuarista sem cadastro ambiental repassa a boiada para um colega documentado, que por sua vez, leva os bois para o abate.
O município está na lista negra dos maiores desmatadores da Floresta Amazônica divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente e, por isso, o crédito aos produtores foi cortado e a economia perdeu força.
Ninguém gosta de viver em uma cidade sem lei e um grande trabalho foi feito para mudar essa situação.
As iniciativas para conter o desmatamento em São Félix do Xingu tomaram fôlego quatro anos atrás com um pacto envolvendo órgãos governamentais, ambientalistas e pecuaristas em vários projetos localizados. As ações receberam recursos financeiros daqui e do exterior, um esforço grande, mas que ainda não conseguiu alcançar os resultados esperados.
O desmatamento aumentou em 2012 e 2013, depois de quatro anos seguidos de queda.
O coordenador do Pacto Xingu, contratado pelo Ministério do Meio Ambiente, Marco Aurélio Silva, acredita que o recente aumento do desmatamento em São Félix se deve ao debate que aconteceu antes da aprovação do Novo Código Florestal.
Já a coordenadora da ong americana The Nature Conservancy, Raimunda Melo, explica que ainda existem produtores que não estão convencidos da importância das práticas agrícolas recomendadas pelo Pacto Xingu para a preservação do meio ambiente.
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