O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira (15) que ajustes na economia em 2015, em caso de um segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, serão feitos com "estratégia gradualista", "em oposição a tratamento de choque".
"Ajustes se fazem necessários sempre, ainda mais quando se defronta com uma crise mundial, como os ingleses chamam de 'a grande recessão', e se fazem necessários mais ajustes na área macroeconômica", disse o ministro na abertura do 11º Fórum de Economia Ajuste Macroeconômico na Economia Brasileira, na Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo.
Mantega, que confirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que não participará de um eventual segundo mandato, por "questões familiares", afirmou que será mantido o chamado "tripé econômico".
Baseado na política fiscal, com o aumento gradual do superávit primário (economia para pagar juros da dívida), cuja meta será de 2 a 2,5% do PIB, esse "tripé" é composto ainda por política monetária com a autonomia operacional do Banco Central, como já é atualmente, e política de câmbio flutuante. Assim, segundo ele, são esperados ajustes no superávit primário, juros e câmbio.
O ministro citou ainda a reforma tributária do ICMS, PIS/Cofins; simplificações e desonerações na folha de pagamento; o Programa Reintegra, que devolve a empresários 0,3% do valor exportado em produtos manufaturados por meio de créditos do PIS e Cofins; o Simples Nacional, que disciplina a substituição tributária para pequenos negócios, isentando algumas atividades; a manutenção da política industrial, com o Plano de Sustentação do Investimento e a política de conteúdo local; e incentivos à política agrícola com programas como o Plano Safra, que prevê recursos para custeio e comercialização e crédito para programas de investimento, e o Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos (Moderfrota).
Mantega disse que o governo continuará com programas de desenvolvimento como o PAC, o Minha Casa Minha Vida 3, Programa de Concessão de Infraestrutura que será ampliado e programas de educação como Fies e Ciência sem Fronteira.
O ministro afirmou que a expansão se apoiará na competividade, na nova classe média, bem estar social, emprego e renda, investimento em infraestrutura, educação e inovação, no mercado interno e externo, no investimento estrangeiro e na produtividade.