Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Metade das empresas não tem mulheres em conselho administrativo

15.05.2015
11:38
FONTE: G1

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Quase a metade (47) das 100 maiores empresas da América Latina não tem uma única mulher em seu conselho de administração, de acordo com a Corporate Women Directors International (CWDI), um grupo de pesquisa com sede em Washington, que divulgou nesta sexta-feira (15), no Global Summit of Women, em São Paulo, seu estudo sobre mulheres diretoras nas maiores empresas da região.

Ao todo, as mulheres representam apenas 6,4% da diretoria das 100 maiores empresas da região, colocando a América Latina bem atrás da América do Norte (19,2%), Europa (20%) e região Ásia – Pacífico (9,4%).

“Embora exista um esforço global - em grande parte impulsionado pela Europa – para aumentar a presença de mulheres nas diretorias, as empresas latino-americanas estão sendo deixadas para trás no quesito de promoção de mulheres a cargos de liderança", afirma Irene Natividad, presidente da CWDI.

 “As razões para o baixo porcentual de mulheres ocupando a diretoria do conselho na região não são difíceis de enxergar, uma vez que ainda há tão poucas mulheres CEOs e altas executivas com o nível de preparo normalmente requerido pelos executivos”.

Colômbia lidera

Entre os países latino-americanos representados por empresas no estudo, a Colômbia está na liderança, com 13,4% dos assentos no conselho das suas maiores empresas ocupados por mulheres, mais que o dobro da média da região. No Brasil, cujas empresas compõem quase metade das maiores empresas na lista, a média é de 6,3%. Empresas do México têm apenas 5,1% da representação no conselho feminino, enquanto a percentagem do Chile, de 3,2%, é a mais baixa na região. Entre as empresas que contam com diretores do sexo feminino, 43% têm uma só mulher.

Cotas
Segundo Irene, existem medidas práticas que os países podem tomar para aumentar a presença das mulheres na sala de reuniões. “No Brasil, o projeto de lei de cotas ainda não aprovado, que exige que um mínimo de 40% dos diretores das empresas estatais sejam mulheres, é uma esperança para o futuro”, diz.

Caso o projeto de lei seja aprovado, o Brasil será a primeira economia da América Latina a adotar um mandato legislativo para mulheres nos conselhos, uma estratégia agora admitida por vários países. Ele se juntará a outros 22 países com cotas para as mulheres, sejam por empresas estatais ou de capital aberto. “Apesar de ser pessoalmente contra cotas, eu aprendi com o tempo que é uma medida necessária”, afirma Regina Nunes, Presidente do Standard & Poor’s Brasil.

Um projeto de lei em tramitação no Senado brasileiro poderia exigir que empresas estatais aumentassem a sua porcentagem de mulheres diretoras pelo menos 10% a cada dois anos até atingir um mínimo de 40% de ambos os sexos. O projeto de lei está atualmente aguardando aprovação pela Comissão dos Assuntos Sociais antes de ser apresentado para a Câmara dos Deputados do Brasil.

Além de mandatos legislativos, o relatório da CWDI recomenda a inclusão da diversidade de gênero em códigos de governança corporativa, uma iniciativa do setor privado em 24 países que tem melhorado o acesso das mulheres às diretorias e que pode ser adotado pela América Latina.

O estudo cita várias pesquisas em praticamente todas as regiões do mundo, que mostra que o aumento da presença das mulheres em cargos de liderança corporativos – como diretoras ou executivas seniores – está correlacionado com as empresas de maior rentabilidade e sucesso financeiro.

O estudo da CDI também afirma que este “business case” precisa ser compreendido pelas empresas latino-americanas, que ainda não enxergam a lógica econômica por trás da promoção da participação das mulheres no mais alto nível de liderança corporativa.

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