O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira (24) que o fato de a agência de risco Standard & Poor’s não ter alterado a nota de crédito do Brasil, mantendo com isso o país no patamar de grau de investimento em relação às recomendações que faz a investidores internacionais, mostra “reconhecimento” pelo “esforço” de ajuste fiscal do governo.
Nesta segunda (23), a agência manteve a nota de crédito em “BBB-”, com perspectiva estável, dentro da faixa de grau de investimento. Na prática, as avaliações da agência de risco mostram ao mercado financeiro a capacidade de um país de honrar seus compromissos e atrair investimentos estrangeiros.
“Vocês [jornalistas] viram que ontem [segunda, 23] a Standard & Poor’s manteve o grau de investimento? Exatamente como reconhecimento ao esforço do país, do governo, na questão do ajuste fiscal. E por que isso é importante? Porque nós temos liquidez muito grande no mercado internacional”, disse o ministro.
Ao defender as medidas de ajuste fiscal, que buscam reequilibrar as contas públicas, Mercadante afirmou que são “indispensáveis” e ressaltou que todos os ministros devem estar comprometidos com essas medidas. Segundo ele, o anúncio da S&P é "positivo", mas não diminui as responsabilidades do governo com o ajuste fiscal.
No início deste mês, Mercadante e os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) se reuniram em Brasília com técnicos da Standard & Poor’s, em meio ao esforço do governo brasileiro em mostrar a agências de risco que o país é atraente para investimentos. Quando a nota de um país é rebaixada, a tendência é que os investimentos externos diminuam.
Nesta terça, Mercadante ressaltou que as agências têm “alguma importância” para o mercado financeiro, mas já cometeram erros e devem ser consideradas como “sinalizador” para os investidores. Na avaliação dele, é “evidente” que a nota da S&P é positiva para o Brasil.
“É positivo, sim, mas o fato de ser positivo não diminui nossa responsabilidade, porque, para além das agências, o Brasil precisa do ajuste fiscal, olhar para as contas públicas com toda dedicação”, disse o ministro.
“Quanto mais rápido fizermos o ajuste, mais rápido isso [reequilíbrio das contas] irá acontecer. O sacrifício é passageiro e indispensável para o crescimento da economia", acrescentou.