Uma missão argentina viajará nesta segunda-feira (28) a Nova York para reunir-se com o mediador norte-americano para tentar solucionar o impasse sobre a renegociação da dívida com credores internacionais, disse o chefe de Gabinete de Ministros, Jorge Capitanich.
Um juiz norte-americano designou o mediador Daniel Pollack para negociar o cumprimento de uma decisão que obriga a Argentina a pagar US$ 1,33 bilhão mais juros aos detentores de bônus.
A representação argentina será encabeçada pelo secretário de Finanças, Pablo López; de Legal e Técnica, Federico Thea; e pela procuradora do Tesouro, Angelina Abbona.
Para alcançar um acordo, "propiciamos, aprofundamos e participamos ativamente de um diálogo que permita alcançar as condições de negociação", disse Capitanich.
O ministro da Economia, Axel Kicillof, afirmou na semana passada que a Argentina está disposta a negociar, mas afirmou que deve ser em condições justas.
A Argentina já teve quatro reuniões com Pollack, mas se negou a sentar-se na mesma mesa com os detentores de bônus, liderados pelos fundos NML Capital Ltd e Aurelius Capital Management.
O país tem até 30 de julho para evitar seu segundo default em 12 anos.
Risco de calote
A Argentina está à beira de um novo calote por uma série de decisões de tribunais dos Estados Unidos, que forçaram o país a negociar com investidores que não aceitaram participar das restruturações da dívida após a crise de 2002.
O governo da presidente Cristina Kirchner tem até 30 de julho para encontrar uma saída para o impasse que poderá levar o país a um novo calote, 12 anos depois da moratória de 2001.
No dia 27 de junho, Griesa emitiu uma decisão que impediu a Argentina de depositar em bancos de Nova York a parte devida aos credores que aceitaram a renegociação da dívida. Griesa determinou que o país deve pagar simultaneamente suas obrigações com o NML Capital e outros fundos especulativos pelo valor total de US$ 1,33 bilhão.
Caso não consiga o desbloqueio dos valores depositados no Bank of New York Mellon (BoNY) antes do vencimento do prazo de carência em 30 de julho, o país pode entrar em moratória técnica, que pode trazer graves consequências para a economia argentina.
Os fundos em questão, que Buenos Aires chama de "abutres", compraram os títulos já em default e depois cobraram na justiça 100% do valor mais os juros atrasados, rejeitando as renegociações da dívidas efetuadas em 2005 e 2010 com remunerações de até 70% sobre o valor nominal e que contaram com a aceitação de 92,4% dos credores.
"A moratória é o pior. Não quero isso. O povo que sofrerá as consequências', disse Griesa às partes.