Mato Grosso, 20 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Nelson Barbosa já participou da equipe econômica de Lula e Dilma

27.11.2014
15:45
FONTE: G1

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  • O novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, é considerado um técnico competente.
O novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, já trabalhou na equipe econômica de governos do PT nas gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também de Dilma Rousseff, ocupando diferentes cargos. É considerado um técnico competente.

Barbosa, de 45 anos, entrou no governo em 2003, no Ministério do Planejamento, e foi para o BNDES em 2005, permanecendo no governo até 2013, quando deixou a Secretaria-Executiva do Ministério da Fazenda após rusgas com a equipe atual, liderada pelo ministro Guido Mantega e o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Houve desentendimentos sobre os rumos da política econômica. Pelo histórico de convivência, ele é considerado mais sujeito a pressões de Dilma do que um nome vindo do mercado financeiro, que supostamente teria mais liberdade para atuar.

Desde que deixou o governo, no ano passado, Barbosa concedeu várias palestras e defendeu seus pontos de vista. Para ele, seriam necessários, por exemplo, “ajustes” em programas importantes para os trabalhadores brasileiros, como o abono salarial e o seguro-desemprego, além das pensões por morte e invalidez, diminuindo os benefícios.

Em momentos de crise, nos últimos anos, Nelson Barbosa teve seu nome especulado para comandar o Ministério da Fazenda em lugar de Guido Mantega. Segundo interlocutores, ele sempre teve bom trânsito com a presidente da República, Dilma Rousseff, o que não impediu, porém, que fosse afastado do governo em 2013 - oficialmente ele saiu do ministério por "razões pessoais".

Carreira no governo      
                                              
No Ministério da Fazenda, Barbosa ocupou as secretarias de Acompanhamento Econômico (2007 e 08) e de Política Econômica (2008 e 10), antes de ser levado por Mantega ao posto de secretário-executivo, sucedendo Nelson Machado, em 2011. Antes disso, também ocupou cargos no Ministério do Planejamento e no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Na área econômica, Barbosa era responsável, além de negociar a reforma tributária nos últimos anos, pelos estudos de medidas para aumentar o nível de atividade e os investimentos, como as desonerações tributárias implementadas pelo governo. Ele é bacharel e mestre em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e PhD pela New School for Social Research. 

Foi remador na juventude no Rio de Janeiro, onde nasceu, e tem 1,90 metro. Barbosa trabalhou no comitê de reeleição do presidente Lula, em 2006, mas não é filiado ao PT. O novo ministro do Planejamento é casado e pai de um filho.

Outras posições do novo ministro  
  
  Ele também defendeu no passado um intervalo de flutuação para a meta de superávit primário (economia para pagar juros da dívida pública), ou seja, estabelecendo um piso e um teto para o resultado fiscal. Nos últimos anos, o governo fixou metas que não foram cumpridas, na maior parte das vezes, o que deverá acontecer novamente em 2014.

Barbosa também citou, em seminários nos últimos meses, que os subsídios ao BNDES – tema recorrente na campanha presidencial deste ano e defendidos pela presidente Dilma Rousseff – representam anualmente cerca de R$ 30 bilhões em gastos, mais de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Para ele, os subsídios são necessários, mas devem ser rediscutidos.

Além disso, Barbosa também defendeu um aumento da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que serve de referência para os empréstimos do BNDES ao setor produtivo, atualmente em 5% ao ano, o menor nível da história. Uma TJLP maior reduziria os gastos com subsídios. Para Barbosa, a TJLP já poderia estar em um patamar mais alto – ao redor de 8% ao ano – o que aumentaria, porém, o custo dos investimentos para as empresas.

Corte nos repasses ao BNDES       

 O novo ministro também defendeu, nos últimos meses, a redução dos repasses do Tesouro Nacional ao BNDES, que já recebeu mais de R$ 300 bilhões em empréstimos nos últimos anos, e à Caixa Econômica Federal – processo que a atual equipe econômica já vinha implementando nos últimos anos.

Nelson Barbosa também citou, em entrevistas, que a melhor forma de se reduzir incertezas sobre os rumos da inflação é promover reajustes de forma mais rápida em preços balizadores da economia, como, por exemplo, a gasolina e a energia elétrica.

O novo ministro também publicou um estudo sobre o salário mínimo no qual defende uma política de reajustes mais moderados para os próximos anos. Para ele, o salário mínimo deveria subir em proporção semelhante ao salário médio – que avançou 1,8% no ano passado – mas avaliou que esse ajuste poderia ser feito gradualmente (ao longo dos anos).

Barbosa também defende que é preciso retomar o debate sobre a previdência social, mais especificamente sobre o fator previdenciário – que retira renda dos trabalhadores que se aposentam mais cedo – e também sobre a idade mínima.

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