Mato Grosso, 26 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Parceria entre Acrinorte e Embrapa prevê pesquisas em sistemas de produção

28.10.2014
17:20
FONTE: Assessoria

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A Associação dos Criadores do Norte de Mato Grosso (Acrinorte) fechou parceria com a Embrapa Agrossilvipastoril para a realização de pesquisas utilizando o sistema Integração Lavoura Pecuária Floresta. Os testes serão feitos em cerca de 300 animais da raça Nelore que serão disponibilizados pelos produtores da Associação. 

A pesquisa tem por objetivo apresentar modelos de utilização para uma pecuária mais moderna, com resultados em produtividade e eficiência, como explica o engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa, Bruno Pedreira. 

“O resultado que iremos buscar é aumento na produção de carne por hectare. Poderíamos utilizar nesse processo animais de qualquer origem, mas optamos pela parceria com a Acrinorte, primeiro, porque é uma entidade que representa os produtores e também porque nosso objetivo é trabalhar com pecuaristas da região, esse fator acelera também o processo de transferência de tecnologia para as propriedades. Além disso, o produtor poderá acompanhar o desenvolvimento dos sistemas e inclusive nos apresentar quais as principais dificuldades que enfrenta no campo ou qual sua maior demanda. Essas informações poderão ser utilizadas também no planejamento dos futuros experimentos”, informou Pedreira.

Dos 300 bovinos que serão usados nos sistemas, 80 devem ser de uma mesma propriedade, de preferência de uma fazenda onde já se busque o melhoramento genético. 

“São desses animais que iremos tirar 100% dos números dos experimentos. Os outros 220 bovinos também serão mensurados, mas basicamente servirão para ajustar as taxas de lotação, são os que controlam as metas de pasto, alimentação, utilização do sistema e por isso poderão vir de várias propriedades”, afirmou o pesquisador da Embrapa. 

Sistemas - Os experimentos serão divididos em três sistemas com base em pastagem. O primeiro será com a pecuária tradicional. 

“Gado no pasto, cocho com sal e acesso a água. No segundo experimento haverá essa mesma estrutura com o acréscimo de renques de eucalipto, ao qual chamamos de Sistema Silvipastoril, no qual é oferecida aos animais a possibilidade de sombra, reciclagem de nutrientes por meio dessas áreas e a interação entre a pastagem e o componente arbóreo”, adiantou o engenheiro agrônomo.

O terceiro sistema consiste em pasto simples, mas que vem antecedido por anos de plantio de soja. 

“Nesse caso vamos analisar o incremento que a soja oferece a esse pasto nos dois anos consecutivos à plantação, avaliar se esse fator melhora a nutrição. Provavelmente haja mudança nos índices do capim que teremos futuramente”, acrescenta Pedreira. 

Os primeiros resultados dos experimentos poderão ser conferidos pelos produtores a partir dos seis meses de pesquisa. As avaliações incluem pesagens dos animais a cada 30 ou 40 dias. 

“O resultado com uma avaliação mais completa será feito ao final de cada ciclo, provavelmente quando o animal for para o abate [entre 18 a 24 meses]. A ideia é que o produtor venha até a Embrapa e acompanhe esse desenrolar de perto, que tenhamos um Dia de Campo para esse público, simpósio, que os temas sejam debatidos. Para a pesquisa é fundamental a presença do produtor, uma vez que um dos seus principais objetivos é a aplicação prática dos seus resultados”, declarou o pesquisador. 

No final do experimento os bovinos serão destinados para abate. 

“Iremos receber os bezerros, fazer a pesagem de entrada, disponibilizar toda a estrutura durante a pesquisa, ou seja, alimentação, ração, entre outros produtos. O animal fica conosco até atingir a idade de abate, em seguida é direcionado a um frigorífico e aproveitamos ainda para tentar fazer também a avaliação de carcaça”, comentou o engenheiro agrônomo. 

O presidente da Acrinorte, Invaldo Weis, ressalta a importância da parceria com a Embrapa e da pesquisa para o produtor. 

“É uma maneira de desenvolver e fomentar nossa pecuária. A Embrapa é uma empresa conceituada e nos sentimos lisonjeados em receber o convite para fazermos parte dessa parceria, que só tem a somar para nossos produtores e para os pesquisadores. Quanto mais pesquisas forem desenvolvidas em nosso segmento mais conseguiremos agregar tecnologia às propriedades e isso gera consequentemente uma pecuária mais produtiva e lucrativa”, destacou Weis. 

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