Mato Grosso, 18 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Petrobras vai cortar pelo menos 30% do número de funções gerenciais

28.01.2016
11:14
FONTE: G1

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  • O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, fala sobre a reestruturação
Atravessando um dos piores momentos de sua história, a Petrobras vai cortar pelo menos 30% do número de funções gerenciais em áreas não operacionais. Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quinta-feira (28), a estatal afirma que há cerca de 7,5 mil funções gerenciais aprovadas, das quais 5,3 mil em áreas não operacionais.

O corte faz parte da revisão do modelo de gestão e governança da estatal, divulgado nesta quinta-feira (28). As medidas podem resultar em uma redução de custos de R$ 1,8 bilhão por ano.

“É um passo muito importante para a companhia, não só para o presente, mas notadamente para o futuro da companhia”, disse o presidente Aldemir Bendine à imprensa após a divulgação da reestruturação. "É um processo bastante abrangente, estruturante de grande complexidade (...) Chegamos a um modelo que eu julgo que é algo revolucionário para a empresa".

Em comunicado, a Petrobras afirma que a revisão do modelo "ocorre em função da necessidade de alinhamento da organização à nova realidade do setor de óleo e gás e da priorização da rentabilidade e disciplina de capital, além de fortalecer a governança da Companhia através de maior controle e conformidade nos processos e da ampliação dos níveis de responsabilização dos executivos".

Duas fases

Segundo a Petrobras, na primeira fase da reestruturação, prevista para os próximos 30 dias, haverá redução de 14 funções na alta administração, e o número de diretorias cairá de sete para seis, com a junção das diretorias de Abastecimento e de Gás e Energia. As funções gerenciais ligadas diretamente ao Conselho de Administração, diretores e presidentes serão reduzidas de 54 para 41.

A segunda fase, prevista para fevereiro, vai envolver os demais cortes entre funções gerenciais. As nomeações e a alocação de equipes ocorrerão a partir de março. As contratações, que eram feitas de forma descentralizada, passam a ser feitas pela diretoria de Recursos Humanos.

Segundo Bendine, os efeitos das mudanças, em termos de economia para a companhia, devem ser sentidos gradualmente, ao logo deste ano e dos próximos.

Reestruturação

Além do corte de gerentes, a reestruturação envolve a fusão de áreas, centralização de atividades, novos critérios para a indicação de gerentes executivos e responsabilização formal de gestores por resultados e decisões.

"O cenário da indústria de óleo e gás passa por um momento de extrema volatilidade, bastante desafiador. E eu não tenho dúvida que esse modelo vem complementar todas as iniciativas que a gente tem procurado fazer em termos dessa companhia que a gente deseja para a Petrobras", afirmou Bendine.

Também serão criados seis comitês técnicos, compostos por gerentes executivos, que terão a função de analisar previamente e emitir recomendações sobre os temas que serão deliberados pelos diretores, que serão corresponsáveis nos processos decisórios.

Crise

No centro das investigações de corrupção da Operação Lava Jato, e sentindo os efeitos da alta do dólar e da queda dos preços internacionais do petróleo, a Petrobras viu o valor de suas ações caírem, no início da semana, ao menor valor desde agosto de 2003, vendidas a R$ 4,20.

Com dificuldades de caixa, a estatal também anunciou, há duas semanas, que reduziu seu plano de investimentos para o período 2015-2019 para US$ 98,4 bilhões – uma queda de US$ 32 bilhões, ou 24,5%, ante a projeção inicial.

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