Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

PIB do agronegócio cresce 1,9% no 1º semestre de 2014

16.09.2014
15:10
FONTE: Globo Rural

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O PIB do agronegócio crescerá no máximo 3,8% em 2014, de acordo com estimativa de  pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). No primeiro semestre, o avanço foi de 1,9%, justificado pelas perspectivas de aumento da produção agropecuária e maior patamar de preços na comparação com o primeiro semestre do ano passado. Variações climáticas, no entanto, podem levar a ajustes nas estimativas atuais de produção nacional e mundial.

Em 2013, o PIB do agronegócio estimado pelo Cepea e CNA cresceu 3,92%, da ordem de R$ 1,1 trilhão, e representou 22,5% do PIB nacional.

O segmento primário da pecuária se destacou nos primeiros seis meses deste ano, acumulando alta de 5,52%; a agropecuária cresceu 2,91%. A agroindústria agropecuária avançou apenas 0,10%.

A queda da participação da agroindústria no PIB do agronegócio é uma tendência apontada pelos pesquisadores responsáveis pelo cálculo. O professor da Esalq/USP Geraldo Barros, coordenador do Cepea, diz que nos últimos 10 anos, o PIB do agronegócio cresceu à taxa anual de 2,7%, com a agropecuária na marca de 3,8% e a agroindústria, de 2%. Em 2013, o segmento de insumos representou 12% do PIB, a agropecuária, 29%, a agroindústria, 28%, e o segmento de serviços, 31%. Em 1995, explica Barros, a agroindústria representava 35% e a agropecuária, 24%.

A perda de participação da agroindústria indica que o agronegócio não tem conseguido avançar nos segmentos de maior valor agregado, em boa parte devido às dificuldades enfrentadas na exportação de produtos manufaturados. “Nas nossas exportações predominam as matérias-primas e semiprocessados, enquanto os processados e os produtos frescos, como frutas e flores, enfrentam barreiras comerciais ou não atendem às exigências de qualidade e sanitárias.”

Por sua vez, o aumento relativo do segmento primário é explicado pelo crescimento da produtividade no campo, decorrente de avanços tecnológicos. Segundo o coordenador do Cepea, de 1980 a 2000, período em que o preço real dos produtos agropecuários caiu aproximadamente 60%, a produtividade também cresceu perto de 60%. Com esse significativo avanço, em termos médios, a rentabilidade do setor praticamente se manteve, enquanto a produção (volume) aumentou 85%. A elevação da produtividade, por outro lado, também tem sido fundamental para conter o aumento da área explorada e, portanto, o processo de desmatamento.

De 2000 a 2010, a produtividade da agropecuária cresceu 73%, enquanto a produtividade do conjunto da economia permaneceu praticamente estável. As exportações também se potencializaram - o volume embarcado de produtos do agronegócio aumentou 220% entre 2000 e junho de 2014. Em termos de receita, especificamente no primeiro semestre de 2014, somaram cerca de U$$ 50 bilhões.

Barros destaca que o grande desafio é manter o ritmo de crescimento da produtividade, ou seja, a competitividade do agronegócio. “A resposta passa pelo desenvolvimento de pesquisas e disponibilização aos produtores, em especial aos pequenos.”

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