A fabricante brasileira de eletrônicos Positivo passou a produzir computadores na África e já acertou a venda de 750 mil PCs e tablets ao governo de Ruanda, dos quais 50 mil laptops serão entregues já no começo de 2015. A operação africana, anunciada nesta quinta-feira (27), será conduzida por uma joint venture entre a brasileira e a argentina BGH.
Os computadores já são feitos em solo ruandês por uma fábrica da empresa de 7,5 mil m², que fica na capital do país, Kigali. Com capacidade de produzir 60 mil aparelhos ao mês, a planta emprega 50 colaboradores. Segundo a Positivo, os investimentos na joint venture, assim como sua participação acionária, não podem ser abertos por estarem sob termos de confidencialidade.
O primeiro cliente dessa empresa é o Ministério da Educação do país africano. O contrato prevê a entrega dos 750 mil dispositivos durante cinco anos, para atenderem alunos dos ensinos Fundamental e Médio. Os aparelhos chegarão aos estudantes com material educacional pré-instalado.
“Somente este primeiro negócio aportará 150 mil unidades adicionais de computadores ao ano durante os próximos cinco anos”, disse ao G1 por meio de nota o vice-presidente de Mobilidade e Parcerias Estratégicas da Positivo Informática, Noberto Maraschin Filho.
Expansão
Para a Positivo, a expansão internacional ajuda a diversificar suas linhas de negócio. A empresa já atua na Argentina e no Uruguai. "A internacionalização da Positivo Informática tem como objetivo estratégico garantir ganhos de escala e gerar sinergias", afirma Maraschin Filho. Os componentes dos eletrônicos, por exemplo, é centralizado no Brasil para facilitar a negociação com fornecedores.
Dentro de casa
A busca da brasileira por novas áreas de mercado, porém, pode ser explicada ainda pelos resultados dentro do Brasil. Durante o terceiro trimestre deste ano, a empresa vendeu 665,6 mil computadores e tablets, uma queda de 3% em relação ao mesmo período de julho e setembro de 2013. O recuo foi puxado pelos resultados no Brasil, onde a comercialização de PCs e tablets caiu 6,5%, enquanto as vendas nos mercados uruguaio e argentino cresceram 11,6%.
Os notebooks foram a âncora dos resultados. No trimestre, caiu 10,3%, para 395 mil unidades. Ainda assim, é a categoria de aparelho de maior volume de vendas para a Positivo. Os computadores de mesa avançaram 9,8%, para 159 mil unidades, e os tablets, 10,6%, para 111 mil.
No período, o segmento de telefones celulares teve queda de 3,2%. Isso porque a empresa viu as vendas de aparelhos convencionais (“feature phones”) quase cair a zero, enquanto os smartphones deram um salto de 437% nas vendas, para 53,8 mil unidades. Com isso, a Positivo registrou no período receita de R$ 595,3 milhões, 3,2% menor do que o contabilizado no terceiro trimestre de 2013, e lucro líquido de R$ 13,5 milhões no período, uma reversão do prejuízo de R$ 18,9 milhões entre julho e setembro de 2013.
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