Os produtores de feijão de São Paulo estão tendo dificuldade para vender a safra. Sem preço, a saída foi buscar os armazéns da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para entregar o grão.
O entra e sai de caminhões é constante em uma unidade da Conab que fica em Bernardino de Campos, no sudoeste de São Paulo. Por dia chegam, em média, sete carretas carregadas de feijão, produto entregue por causa do preço pago pelo governo.
A saca de 60 quilos do tipo 1 está sendo comprada por R$ 95, valor acima do que o mercado oferece atualmente, que é, em média, R$ 60 para o feijão de melhor qualidade.
Desde maio, o armazém vem recebendo as sacas. A movimentação é tão grande, que a saída foi fazer um agendamento com os produtores interessados. Por enquanto, até o dia seis de agosto tem produtor programado para levar parte da produção.
Os produtores paulistas reduziram a área plantada e devem colher 200 mil toneladas, quase 15% menos que na safra passada, mesmo assim, com uma oferta maior no resto do país, os preços caíram, e os agricultores resolveram estocar a produção. Com isso, o feijão que foi colhido no começo do ano, passou a perder a qualidade e os valores pagos aos produtores caíram ainda mais.
Foi o que aconteceu com Luíz Carlos da Silveira, que se deslocou de Itapeva para vender os grãos. Em fevereiro, ele conseguiu comercializar 30% das 2 mil toneladas colhidas e o restante estava armazenado até agora. “Na atual situação que está o feijão, com a qualidade que se encontra, não tem comprador no mercado e se aparecer algum, não vai cobrir os custos”, diz.
Dos R$ 20 milhões liberados pelo governo para compra de feijão pela Conab, R$ 7 milhões foram destinados aos agricultores de São Paulo.
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