A Abertura Oficial da Colheita de Soja da Safra 2014/2015 ocorreu na tarde desta quinta-feira (29) em uma propriedade na Serra da Petrovina, no município de Alto Garças (MT). Um dos principais temas tratados no evento em forma de painel foi a qualidade das sementes, alvo de reclamação dos produtores de Mato Grosso nesta safra. As expectativas do setor com relação ao novo governo da presidente Dilma Roussef também foi destaque no evento.
Segundo o produtor de sementes, Gilberto Goellner, durante o ano de 2014, a maioria dos produtores se anteciparam a buscar as sementes nas áreas produtoras e armazenaram em seus estabelecimentos de forma inadequada. A recomendação seria de que, para a próxima safra, os produtores retirem as sementes pouco antes da época da semeadura e as armazenem de forma correta para favorecer a germinação.
“Até no transporte das sementes, se pegarem Sol na viagem, podem perder a capacidade de germinação, que pode cair de 30% a 40%. Então foi isso que aconteceu porque os produtores de sementes já fazem um controle muito rígido”, afirma.
O produtor relembra que o período de seca durante o período de semeadura entre os meses de serembro e outubro nesta safra também ajudaram a inibir a germinação. “O produtor precisa se conscientizar de que ele busca uma semente [de outros estados], tem a liberdade de analisar o lote, mas o que vai acontecer dali para frente ele tem que ter conhecimento, transportar bem, armazenar bem, só plantar com condições de umidade e não arriscar. E o que houve muito é que arriscaram”, ressalta Goellner.
Nós tivemos um ano bastante complicado também em relação à qualidade de sementes. Foi um ano em que muito problemas aconteceram, os produtores fizeram relatos dos mais variados, das mais variadas regiões do estado e isso trouxe custo adicional quando se fala em necessidade de replantio. Trouxe condições de plantio fora da melhor época, então achamos por bem trazer esse debate da qualidade de sementes para que possamos identificar os problemas e trazer soluções.
Para o presidente da Aprosoja-MT, Ricardo Tomczyk, este ano foi atípico e as variações climáticas com períodos de seca comprometeram a qualidade das sementes, que gerou queixa dos produtores de várias regiões do estado. “O grande objetivo é que o produtor fique pautado tecnicamente e procure comprar aqui sementes de boa qualidade para que sua produção não fique comprometida”, diz.
A estimativa para esta safra era colher perto de 28 milhões de toneladas de soja, mas o presidente acredita que não se chegará a esse volume devido a dois períodos de seca que ocorreram durante o cultivo da soja no estado. “Principalmente pelos problemas climáticos que devem reduzir aí a produtividade, mas ainda será uma grande safra, bastante significativa”, afirma.
Ele também comentou outro tema tratado no evento, sobre as expectativas com relação ao novo governo do país. De acordo com Tomczyk, o momento é de instabilidade no país, o que traz insegurança para o produtor. “É um segundo governo da mesma presidente, mas parece ser um governo um pouco diferente, até pelas mudanças que houveram, inclusive no ministério da agricultura. Então vamos trazer também o debate desse cenário político e ver as implicações disso para o setor agrícola”, complementa.
Nesta semana, a colheita de soja em Mato Grosso chegou a 10%, de acordo com levantamento divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o que equivale a 940 mil hectares de um total de 8,8 milhões de hectares.
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