Mato Grosso, 18 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Quase 30% dos pastos de MT podem ter síndrome da morte da braquiária

18.10.2014
05:12
FONTE: G1

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  • Criação de bovinos deve responder pela maior parte do VBP de MS, 29,31%, o equivalente a R$ 6,473 bi
Cerca de 26,5 milhões de hectares de pasto em Mato Grosso, em sua maioria no bioma amazônico, no norte do estado, têm forte risco de apresentarem a síndrome da morte da braquiária. Isto equivale a 29,5% das áreas usadas em atividades agropecuárias no estado. A alternativa para o problema está na substituição do capim plantado na fazenda, de acordo com a Embrapa Agrossilvipastoril.

Como a região norte do estado possui um regime intenso de chuvas e solos mal drenados ou baixa permeabilidade, ocorre o encharcamento do solo, reduzindo a oxigenação das raízes. A baixa adaptação a estas condições torna a planta mais suscetível ao ataque de fungos causadores de doenças presentes no solo.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril, Bruno Pereira, a mudança no uso da terra na região e a mudança da relação entre os patógenos, fungos e a planta, tem sido os dois motivos para o problema ter intensificado nos últimos anos.

"Tínhamos floresta densa, com alta diversidade. Isso foi retirado e hoje temos áreas contínuas de mono cultivo de pastagens. As raízes exploravam cinco a dez metros de profundidade, enquanto hoje exploram de 20 a 30 centímetros. Isso fez com que a dinâmica de água no perfil do solo se alterasse ao longo dos anos. Além disso, houve redução na biodiversidade, o que fez com que a relação fungo/hospedeiro ficasse mais próxima e quando eles encontram uma planta suscetível, junto a um ambiente favorável, resulta no problema", explica.

Durante o I Simpósio de pecuária integrada que foi realizado pela Embrapa e UFMT na última semana em Sinop, a qualidade das pastagens foi um dos principais pontos discutidos no evento, os palestrantes dizem que é preciso tomar conta da planta forrageira como uma lavoura.

“Não há boa pecuária sem boa pastagem, pois o pecuarista deve ser antes de tudo um bom agricultor. Se fosse realizada a recuperação das pastagens com eficiência, a produção de carne e leite poderia dobrar”, declara o pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Moacyr Bernardino Dias Filho.

Alternativas

Bruno Pedreira observa que a única alternativa para evitar a morte da braquiária é a substituição do capim Marandu nas áreas onde o problema ocorre. Segundo pesquisa realizada durante três anos que buscou validar o conhecimento existente sobre a síndrome, os capins Panicum, como Mombaça e Tanzânia, obtiveram o melhor resultado em uma avaliação feita na cidade de Alta Floresta.

O pesquisador ressalta ainda que, ao fazer a substituição, o pecuarista deve diversificar as plantas forrageiras. O uso de várias espécies traz maior segurança, reduzindo a chance de insucesso.

“Não se recomenda que um capim seja plantado em mais de 40% da área de uma propriedade, portanto, é aconselhável a utilização de pelo menos três plantas forrageiras numa propriedade. No caso dos capins, esses sempre devem ser plantados em pastos diferentes, isto é, não deve misturar mais de um tipo de capim no mesmo piquete”, alerta Pedreira.

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