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Alguns resíduos agroindustriais como talos de beterraba,película de amendoim, bagaços e sementes de uva, além da borra gerada pela fermentação de uvas tintas e a erva-mate apresentam componentes que inibem ou matam determinados micro-organismos patogênicos (causadores de doenças) contaminantes de alimentos. Foi o que o biólogo José Guilherme Prado Martin pode constatar em sua pesquisa Atividade antimicrobiana de produtos naturais: erva-mate e resíduos agroindustriais, realizada no Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição daEscola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba.
De acordo com o pesquisador, “a escolha por resíduos decorreu do fato de que o Brasil possui forte economia agroindustrial, geradora de grande quantidade de resíduos, os quais podem muito bem ser reutilizados pela indústria alimentícia como conservantes naturais, contribuindo com a produção de alimentos mais saudáveis e reduzindo os impactos ambientais decorrentes do descarte desses resíduos”, afirma Martin.
A intenção do estudo foi avaliar que tipos de produtos naturais poderiam agir contra estes micro-organismos. O pesquisador, segundo informações da Agência USP, analisou 20 diferentes resíduos agroindustriais e subprodutos gerados pelo processamento de frutas, legumes e hortaliças.
Dentre os resultados obtidos, o biólogo conseguiu descobrir que talos de beterraba, película de amendoim, bagaço de uva da variedade Pinot Noir, bagaço e sementes de uva da variedade Petit Verdot, borra de fermentação de uvas tintas e bagaço de goiaba apresentaram atividade antibacteriana contra Listeria monocytogenes e Staphylococcus aureus. Em relação à erva-mate, os resultados foram de que esse produto natural é capaz de combater não só as duas bactérias citadas, mas também a bactéria Salmonella enteritidis.
Nenhum dos produtos avaliados, no entanto, foi capaz de inibir o crescimento da bactéria Escherichia coli, um micro-organismo contaminante bastante comum em alimentos.
O biólogo reforça a ideia de que “resíduos agroindustriais apresentam componentes bioativos com potencial de aplicação pela indústria alimentícia, representando um valioso material a ser explorado, em dois sentidos: a diminuição dos riscos de veiculação de microorganismos patogênicos em alimentos e o atendimento à crescente procura dos consumidores por alimentos livres de conservantes sintéticos, hoje, as principais substâncias inibidoras de microorganismos em alimentos”.
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